Em declarações à agência Lusa depois de um treino no pavilhão da Mealhada, o ‘timoneiro’ revelou ainda que “os jogadores tiveram uma época cansativa, competitiva, mas apresentam-se motivados, assertivos e dinâmicos”, apontando ainda o favoritismo à equipa da casa.
“Claramente a Espanha, porque é a campeã do mundo e porque joga em casa, tem esse favoritismo. Mas não podemos deixar de olhar para Portugal, Itália e até a França — pelo menos estar atentos, porque é uma seleção com boa qualidade, tem três jogadores a jogar em Espanha, que têm feito a sua evolução e podem ter expetativas de perturbar as contas do Europeu”, afirmou.
Segundo o mesmo, o objetivo dos lusos é “chegar à Corunha, fazer jogo a jogo, vencendo, para manter o título em casa”, mas a tarefa não se adivinha fácil, visto que Portugal já não vence um título fora de portas desde 1993, ano em que se sagrou campeão mundial na Alemanha, e esta temporada nenhuma equipa nacional venceu a Taça CERS ou a Liga Europeia.
Relativamente às competições de clubes, o treinador acredita que este desaire “vem em contramão com aquilo que é o campeonato português, que é de facto o mais competitivo, onde brilham as maiores estrelas do hóquei mundial”, não passando de “uma contingência do momento”, mas admite que são “indicadores que temos de estar atento”, para que não volte a acontecer.
Em solo espanhol, Portugal já não levanta um troféu há 31 anos, o que para Rafa, jogador do FC Porto, “acontece porque os jogos decidem-se em pequenos pormenores”, e não esconde que “o fator casa é um desses pormenores, que pode desequilibrar uma final”, à semelhança do que aconteceu há dois anos, em Oliveira de Azeméis.
“Qualquer jogo que a Espanha faça, vai sentir o apoio do seu público e fica mais difícil bater essa seleção. Sabemos os pontos fortes da Espanha e das outras seleções, temos que tentar contrariar. Se nos cruzarmos numa meia-final ou final com a Espanha, vamos abstrair-nos do ambiente fora do ringue, fazer o nosso jogo e tentar vencer qualquer equipa que nos apareça à frente”, afiançou.
Relativamente às diferenças entre a equipa que conquistou o Europeu de 2016, há as três saídas de Reinaldo Ventura, Ricardo Barreiros e Nélson Filipe, para as entradas de Vítor Hugo, Poka e Pedro Henriques, o que para o avançado português representa perda de experiência, “colmatada com outro tipo de coisas, como qualidade de jogo, velocidade e saídas rápidas”, “não querendo dizer que são melhores ou piores”, mas trazem “outra coisa diferente a este grupo”.
Para o ‘capitão’ português, João Rodrigues, a equipa parte para a competição “com ambição de ganhar”, apontando que o “objetivo pessoal é levantar a taça no final”, depois de uma preparação “que tem corrido bem”, embora a equipa venha “com mais de 10 meses de época”, obrigando a “uma gestão diferente. Porém, garante que estão “desejosos que a competição comece”.
Para o avançado de 27 anos do Benfica, que para o ano vai representar o Barcelona, depois de uma temporada em que se sagrou no melhor marcador do campeonato nacional, a braçadeira não traz qualquer tipo de dificuldades no meio de um grupo composto por jogadores dos ‘três grandes’.
“Não sinto grandes dificuldades em ser capitão porque estamos todos focados no título europeu. É um objetivo demasiado importante para que outras questões se levantem. A equipa está muito focada e unida em torno desse objetivo, sabemos que vai ser um percurso difícil, mas queremos muito voltar a ganhar”, frisou.
O Campeonato da Europa decorre de 14 a 22 de julho, com a seleção lusa a entrar no ringue no domingo contra Andorra, às 21:00, enquanto a Espanha ‘abre’ a competição no sábado, diante da Inglaterra, às 18:00.
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