Quando tudo se preparava para festejar o 11.º grande título de Farah – seria o quarto só nos 5.000 metros em Mundiais -, eis que uma corrida especialmente lenta permitiu que a Etiópia se desforrasse de tantos anos de ‘humilhações’, através do mais experiente dos seus homens em pista, Edris, antigo campeão júnior, há cinco anos.
Edris e o seu compatriota Yomif Kejelcha (outro campeão nos escalões jovens) tomaram conta da corrida a 500 metros da meta, respondendo na perfeição a Farah e ao norte-americano Paul Chelimo, o vice-campeão olímpico, que eram apontados como os melhores terminadores.
“Dei tudo”, limitou-se a dizer Farah no final, antes de uma apoteótica volta à pista do estádio Olímpico de Londres, que estava cheio. Nos ecrãs de topo, passava uma montagem com os melhores momentos da carreira.
O tempo de Edris, 13.32,79 minutos, comprova bem como a corrida foi lenta – mas valeu-lhe o ouro, o primeiro para a Etiópia desde Kenenisa Bekele em 2009.
Farah, com a prata de hoje, falha o ‘tetra’ e é, finalmente, ‘derrotável’ no ano em que se despede das pistas. Aos 34 anos, é o fim, agora só fará mais duas provas este mês em Inglaterra e arruma os sapatos.
Chelimo fica com o bronze, e aos 26 anos parece ser agora quem mais pode fazer frente à ‘armada etíope’.
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