Mas ganhou, e aos 43 anos projeta-se como um técnico francamente cobiçado por grandes emblemas da Europa, ao mesmo tempo que é já um dos símbolos dos ‘dragões’ - é o terceiro português a sagrar-se campeão como jogador e treinador no clube, sucedendo a nomes tão ilustres como José Maria Pedroto e António Oliveira e Augusto Inácio [que substituiu interinamente Bobby Robson].

Em França, deixou o Nantes no sétimo lugar, magnífico para as ambições do clube, e prescindiu de quatro milhões de euros por ano, para ir para o clube do coração por um pouco menos de metade, mais prémio por objetivos. Agora, recebe mais um milhão e vê o seu nome entrar nas listas de prováveis de clubes como o Inter Milão.

Na formação, foi jogador da Académica e do FC Porto e nunca escondeu a sua afeição pelo clube ‘azul e branco’ por quem tinha sido três vezes campeão (1996/97, 1997/98 e 2003/04). Aliás, o FC Porto foi mesmo o único clube da I Liga que representou em Portugal.

Quando chegou a sénior, andou por Penafiel, Leça e Felgueiras e após o seu bicampeonato esteve cinco épocas e meia em Itália, ao serviço de Lazio (por quem foi campeão), Parma e Inter. Em 2004 voltou a emigrar e defendeu as cores de Standard Liège, Qadsia (Kuwait) e PAOK, já em final de carreira.

Deu novo passo em 2010, de volta ao Standard como adjunto de Dominique D'Onofrio. Depois, foi ganhando experiência e prestígio no banco de Olhanense, Académica, Sporting de Braga e Vitória de Guimarães.

Pinto da Costa ia seguindo o percurso do jovem treinador, com quem simpatizava desde os tempos de jogador. E nem sequer se impressionou com a aura de frontalidade, na fronteira da dureza, de Sérgio, que já tinha entrado em choque com os presidentes da Académica e do Sporting de Braga.

A mudança esteve para ser há duas épocas, para render o infeliz Peseiro. Acabou por ser Nuno Espírito Santo a fazer a nova época, mas também ele viu o Benfica ser campeão.

Sérgio Conceição herdou, em junho passado, a dura missão de recolocar o FC Porto na senda do sucesso e travar o 'penta' do Benfica. Não foi fácil, ao longo da época viu Sporting e Benfica andarem pela liderança, mas no final quem ri é mesmo ele.

A época tem nota absolutamente positiva, apesar de não agregar mais nenhum troféu. Só que deixa boa imagem na Liga dos Campeões (caiu ante o Liverpool, que é finalista), na Taça (afastado pelo finalista Sporting) e até na Taça da Liga (perdeu com os 'leões', que viriam a ser campeões).

Em quase um ano à frente do FC Porto, foi ganhando estatuto de ídolo entre a massa dos adeptos, encantado com o seu estilo frontal, sem permitir desvios disciplinares, mas também sem rancores.

Isso bem se viu na forma como afastou da equipa, para depois os chamar de novo, sem mais tensões, nomes como Tiquinho Soares ou Iker Casillas. Sem subterfúgios, assumiu que o guarda-redes que foi campeão do mundo não estava a treinar o suficiente e enviou-o para o banco - mas depois voltou a dar-lhe a titularidade e o estatuto de peça fundamental no final do campeonato.

Sem grandes reforços ao seu dispor, Sérgio Conceição teve o condão, isso sim, de potencializar os jogadores que já estavam, ou emprestados, como Aboubakar, Marega, Ricardo Pereira, Alex Telles ou Herrera.

Arriscou e ganhou, numa época que fica ao nível do melhor de sempre do clube, tanto em termos de golos marcados como de pontos alcançados. É preciso recuar até José Mourinho para ver números tão positivos.

A 'saga' pode não acabar aqui, já que tem mais um ano de contrato. As próximas semanas serão essenciais, para ver se Pinto da Costa consegue segurar a sua nova 'jóia da coroa' ou cede a uma proposta milionária e irrecusável.

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