“A necessidade de retomar as principais competições profissionais de clubes tomou prioridade. No entanto, é preciso que também consideremos as seleções, o futebol feminino, o campeonato nacional de divisões inferiores, além das competições juvenis e de base”, disse o responsável.
Numa carta extensa para as 211 federações-membro, acompanhada de um vídeo com as mesmas declarações, o responsável do futebol mundial falou de vários aspetos relacionados ao período que a modalidade atravessa com a pandemia da covid-19 - os jogos sem espetadores e a importância da saúde - e pediu solidariedade entre todos.
“É com um espírito construtivo, procurando sempre consultar para o bem de todo o futebol, que a FIFA tem trabalhado duro para apresentar uma solução positiva aos membros de seu Conselho nas próximas semanas”, acrescentou.
Na nota, o presidente da FIFA diz estão a ser trabalhadas as necessidades existentes e o apoio que o organismo poderá oferecer, numa base que quer de transparência entre a organização do futebol mundial e as federações.
“Queremos que o plano de assistência financeira tenha um amplo alcance e inclua também o futebol feminino, que possa operar de forma moderna, eficiente e transparente. Isso significa ter uma sólida estrutura de governança que exija prestação de contas sobre como os fundos serão utilizados”, justificou.
A FIFA disse ainda que mantém e manterá encontros virtuais com as federações e que as discussões sobre o calendário internacional de jogos – suspensos desde março - estão mais perto de "uma solução equilibrada".
“Progredimos bastante. Em consulta com diferentes partes interessadas, estamos mais perto de apresentar uma solução equilibrada, que leva em consideração os desafios e necessidades de todos”, acrescentou.
Na mensagem, Infantino prometeu que continuará o ‘brainstorming’ coletivo com as federações, porque as decisões não são tomadas em nenhuma reunião fechada, com um pequeno grupo de pessoas: “esses tempos, definitivamente, acabaram”.
Ainda no aspeto financeiro, o líder máximo da FIFA disse já ter recebido propostas várias que vão desde “tetos salariais”, “limites nos valores das transferências” ou a “fundos de reserva” para períodos excecionais, e que defende uma regulamentação “mais clara e rígida”.
“Que imponha transparência absoluta e princípios de boa governança não só ao mercado de transferências, mas a todo o ecossistema do futebol”, indicou, mantendo a questão em aberto e apelando a uma discussão mais ampla.
Após a declaração de pandemia, em 11 de março, as competições desportivas de quase todas as modalidades foram disputadas sem público, adiadas – Jogos Olímpicos Tóquio2020, Euro2020 e Copa América -, suspensas, nos casos dos campeonatos nacionais e provas internacionais, ou mesmo canceladas.
Os campeonatos de futebol de França, Escócia, Bélgica e dos Países Baixos foram cancelados, enquanto outros países preparam o regresso à competição, com fortes restrições, como sucede em Inglaterra, Itália e Espanha. Em Portugal, a I Lia foi retomada na quarta-feira, enquanto a Liga alemã regressou em 16 de maio.
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