Numa publicação nas redes sociais, a futebolista de 26 anos relata que, durante o jogo com o Cadima, em Cantanhede, que as bracarenses venceram por 7-0 e com um dos golos a ser marcado por Shade Pratt, foi insultada por uma adepta da equipa adversária que se encontrava na bancada e que, depois, a mesma se escondeu entre outros espetadores.

"Como norte-americana com ascendência africana, o racismo e as micro agressões diárias não me são estranhas, mas, no último fim de semana, em Portugal, aconteceu-me uma situação destas quando praticava o desporto que amo. Uma fã da equipa adversária atirou-me um insulto racista durante o jogo", escreveu.

A jogadora acrescentou que "o racismo é uma cobardia e um gesto de pouca classe".

"Ela decidiu esconder-se entre a multidão e não se atreveu a vir dizê-lo na minha cara. As pessoas que estavam ao lado dela e que permitiram que ela se escondesse, escolheram um lado nesta luta contra o racismo ao ficarem silenciosas e talvez permitindo que ela venha a repetir este comportamento", diz.

Pratt, que veio para o Sporting de Braga esta temporada, frisa que "acabar com o racismo é uma batalha que requer o esforço de todos".

"Pela parte que me toca, vou escolher sempre confrontar e denunciar em todas as circunstâncias - é o meu dever. Tenho de me lembrar que as ações doentias dos outros não podem quebrar a minha confiança, o meu espírito e a minha felicidade. Sou uma mulher negra e não vou pedir desculpas por isso. Escolhi sobrepor-me nesta luta e vou continuar a fazê-lo", concluiu.

O Sporting de Braga, que adiantou ter feito uma participação disciplinar à FPF, diz que a atleta "teve, desde a primeira hora, total apoio da estrutura do clube e das suas colegas de plantel".

"Um plantel multicultural, que cultiva o valor da diferença e que tem na diversidade uma das suas maiores riquezas, fator de união e de identidade comum que é também uma das razões do nosso sucesso enquanto clube e da nossa equipa feminina em particular", pode ler-se numa nota no seu sítio oficial.