Pany Varela, Bruno Coelho, João Matos, Fábio Cecílio, Tiago Brito, André Coelho, André Sousa e Bebé. Acrescente-se ainda Miguel Ângelo, Tomás Paçó, Afonso Jesus, Pauleta, Zicky e Erick Mendonça.
O primeiro grupo de nomes foi campeão europeu de futsal, em 2018, na Eslovénia. Três anos depois, juntou-se ao segundo alinhamento e ergueram o título mundial, na Lituânia.
Agora, a partir de hoje, 19 de janeiro, os nomes citados partilham o mesmo balneário no Campeonato Europeu que se realiza nos Países Baixos, na Ziggo Dome, em Amesterdão, e na Martini Plaza, em Groningen. E, de lá, esperam sair só a 6 de fevereiro, de taça na mão.
Na lista de convocados, André Coelho testou positivo à covid-19 e estará fora das primeiras partidas. Pelo mesmo motivo, mas em sentido inverso, o guarda-redes Bebé (campeão europeu e mundial) foi repescado à última após Edu ter sofrido um segundo “tiro” do coronavírus SARS-CoV-2.
Eduardo Sousa já tinha falhado o Mundial pela mesma razão, na altura substituído por André Sousa.
A edição do Europeu (celebra 25 anos, se contabilizarmos o torneio Europeu de 1996) será a primeira competição pós-Ricardinho. O melhor jogador do mundo em seis ocasiões - melhor jogador do Mundial 2021, goleador-mor do Euro 2018, capitão no título europeu e mundial - despediu-se da modalidade e não entra nas contas de Jorge Braz.
Neste jogo de entradas e saída, há sempre um coelho pronto a sair da casa dos campeões em caso de impedimento. Tudo apontava para o regresso de Cardinal, mas, de novo, uma lesão atirou o malogrado jogador para fora dos convocados, depois de já ter falhado, por motivos físicos, o Europeu 2018 e o Mundial 2021. Foi substituído por Miguel Ângelo, campeão do mundo e parte integrante da espinha dorsal de Portugal desde 2018.
Um trabalho dos diabos
“Meti-me num trabalho dos diabos. Arranjei uma confusão bonita. Agora em vez de revalidar um título tenho de revalidar dois. Estou tramado. Tenho de revalidar dois títulos antes do fim do contrato (época 2023/2024), senão sou despedido”, sublinhou Jorge Braz após a conquista do título mundial de futsal, dia 3 de outubro, na Lituânia.
O melhor selecionador do mundo (Futsal Planet) mantém uma base alargada da seleção eleita a melhor do globo e cuja espinha dorsal segue, como se viu, junta desde a conquista do europeu. Os suspeitos do costume do futsal português terão o ónus de ajudar o selecionador nascido em Trás-os-Montes a sair da “confusão”.
Na folha de presenças em Europeus, Portugal inscreve-se pela décima vez depois da estreia, em 1999. Nesse ano, não passou da fase de grupos. Para contrabalançar, desde 2003 não falha uma fase final.
No CV Europeu, Portugal insere duas meias-finais (4.º lugar em 2007 e 2014) e outras tantas finais de saldo empado com a Espanha (sete títulos europeus): derrota em 2010 e vitória, no último europeu, por 3-2, após prolongamento.
Tocar o céu ao lado dos bons rapazes do futsal
No Euro 2022, Portugal integra o Grupo A ao lado dos Países Baixos, anfitrião, Ucrânia e Sérvia.
Em conversa com o SAPO 24, Jorge Braz antecipa uma caminhada “muito, muito difícil” e “uma fase final de rotação máxima desde o início da competição”. Chama a atenção para o grupo, em especial a Sérvia, primeiro adversário (hoje, às 16h30) da equipa das Quinas.
“Vamos iniciar o Europeu com a Sérvia. Toda a gente viu as dificuldades sentidas no Mundial”, com Portugal a vencer, por 4-3, após prolongamento nos "oitavos".
Depois da pátria do tenista Novak Djokovic, os campeões europeus e mundiais defrontam os Países Baixos (16h30 em Lisboa), no domingo, e a Ucrânia, às 19h30, do dia 28.
Os quartos-de-final jogam-se no dia 31 de janeiro e 1 de fevereiro, as meias-finais a 4 de fevereiro e a final e o jogo de atribuição do terceiro e quarto lugar, no dia 6.
E é lá, com a possibilidade de tocar pela segunda vez no céu (ou terceira se contabilizarmos o título mundial), que o homem que comanda a seleção desde 2011 quer estar. Na companhia dos suspeitos do costume. Os mundialistas e os “Bons Rapazes que Conquistaram a Europa do Futsal” eternizados para a história do futsal nacional no título do livro do jornalista Miguel Henriques.
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