Depois de correr quase os 42,2 quilómetros da maratona de Londres, Hayley Carruthers, de 26 anos, colapsou junto à meta. Gatinhou o que lhe faltava e conseguiu, apesar da dificuldade, bater um recorde pessoal. O dramático vídeo da sua chegada correu o mundo.

Já depois de cruzar a meta, Hayley Carruthers foi assistida no local e depois transportada de maca. Apesar do susto, a atleta está bem e até já regressou ao trabalho — a atleta equilibra a sua paixão pelas pistas com um trabalho a tempo inteiro no hospital Queen Elizabeth, em Birmingham, onde trabalha na área da radiografia, acompanhando pacientes com cancro.

"Estarei definitivamente de volta ao trabalho na amanhã [segunda-feira]", disse ao The Telegraph, e a julgar pelo seu Twitter cumpriu a promessa.

"Apesar de estar orgulhosa por ter conseguido terminar [a maratona], prefereria não me ter colocado naquela situação em primeiro lugar, caso tivesse corrido a primeira metade de forma mais conservadora. O importante é aprender com isso", disse ainda ao jornal.

"Não fiquei magoada, à parte do meu orgulho! Fiquei comovida pelo facto de as pessoas serem tão gentis. Não era a reação que eu esperava — e claramente não era esse o meu objetivo acabar [a maratona] naquele estado", acrescentou.

Hayley Carruthers só começou a correr há três anos, em 2016, inspirada por uma colega que corria 5 quilómetros depois do trabalho. Ela trabalha nove horas por dia e treina às cinco horas da manhã e ao final da tarde para se manter em forma. "Às vezes é duro", confessou antes de começar a corrida.

A atleta acabou a maratona em 2:34:03.

Eileen Noble. A idade é um posto

06:28:07. Foi esta a marca de Eileen Noble, de 84 anos, a mulher mais velha a correr na maratona de Londres, pelo segundo ano consecutivo.

Eileen, que vive em Bexleyheath, Londres, começou a correr aos 50 anos e descobriu de imediato um novo hobbie e uma nova paixão.

Em entrevista à BBC antes da maratona, Eileen disse que não pensava em si "como sendo mais velha. Sou apenas uma corredora como qualquer outro dos participantes".

A sua rotina de treino é intensa: corre quatro vezes por semana — em três dos treinos faz oito quilómetros e ao domingo faz um percurso maior.

"É algo que te faz sentir bem. Quando tens algum stress ou preocupação, parece que os clarifica. Voltas e sentes-te muito melhor", diz. "Não imagino não correr, faz parte da minha vida agora".

A 'nossa' Carla Salomé Rocha 

A atleta do Sporting, que foi oitava em Londres, garantiu mínimos para os Jogos Olímpicos Tóquio2020, ao correr a maratona de Londres em 2:24.47 horas.

Carla Salomé Rocha, que também assegurou uma vaga no Mundial, conseguiu melhorar o seu recorde pessoal e colocar-se como a terceira melhor portuguesa de sempre, apenas atrás de Rosa Mota (2:23.29) e Jessica Augusto (2:24.25).

“Não me sinto especial por estar nesse pódio. Sinto-me a mesma pessoa. Claro que é bom ter referências, mas o nosso trabalho tem sido focado em melhorarmos sempre um pouco em cada ocasião. E também sinto orgulho de poder contribuir para o facto de nos conhecerem como um país de boas maratonistas”, frisou Salomé Rocha, em declarações à agência Lusa após a corrida.

“O objetivo para esta prova era melhorar o meu recorde pessoal. Foi para isso que trabalhei os últimos quatro meses. Conseguimos chegar onde queríamos, ao recorde pessoal, sendo as qualificações para os Mundiais e para os Jogos Olímpicos um outro objetivo já confirmado”, acrescentou.

Nos últimos meses, nomeadamente nos Nacionais, Carla Salomé Rocha não obteve alguns dos resultados que esperava, mas não dá demasiado importância a isso.

“Os resultados anteriores têm sempre repercussões na prova principal. Felizmente, o que não correu bem serviu para melhorar”, disse a atleta que, nas palavras do seu treinador Rui Ferreira, tinha praticamente esta oportunidade, e eventualmente outra maratona na primavera de 2020, para conseguir mínimos para Tóquio2020.

Já com as marcas de qualificação asseguradas, Salomé Rocha disse ainda não estar a pensar nessas provas.

“Ainda terei de falar com os treinadores [Rui Ferreira e Amâncio Santos], analisar como recupero deste esforço. Depois, não quero descurar a pista. Tenho compromissos com o Sporting e entendo que ainda não consegui chegar à marca que acho ser capaz de alcançar nos 10.000 metros. Agora ter já os mínimos dá para encarar estas duas épocas de forma bem menos pressionada”, concluiu.

Mais de 40 mil inscritos e muita imaginação

Nesta maratona participaram mais de 40 mil pessoas e é seguro dizer que muitos se vestiram a preceito. Ora veja.