"Na semana passada, a treinar, senti parte do isquiotibial esquerdo a estirar muito. Tive de parar imediatamente. Sei que é uma rotura, mas não sei qual a extensão. Estamos à espera. Vou ter de fazer uma pausa. Provavelmente não vou conseguir estar em Porto de Mós", disse hoje Inês Henriques, na apresentação dos campeonatos.

A marchadora, que somou títulos nacionais nos últimos três anos, ambicionava renovar o estatuto de campeã em 2019: "Este ano, em Porto de Mós, o objetivo era cumprir e ser campeã nacional dos 35 quilómetros, porque vai ser uma época muito longa. Mas, infelizmente, provavelmente não vou participar. Mas vou estar cá a apoiar os meus colegas."

Depois de um ano "muito difícil", em que foi campeã da Europa, mas sofreu bastante com a desistência no mundial de equipas, Inês Henriques faz um balanço "muito bom" de 2018.

"Mas foi muito difícil. Aquela desistência foi marcante e foi muito difícil recuperar e voltar. Mas, apesar de todas as dificuldades que passei, consegui na mesma aquela vitória para mim e para Portugal", disse.

Para 2019, Inês Henriques espera recuperar totalmente para atacar dois grandes objetivos: vencer a Taça da Europa, em 19 de maio, na Lituânia - "e, se tiver condições favoráveis e estiver muito bem fisicamente, tentar alcançar novamente o recorde do mundo de 50 quilómetros" - e conquistar o título mundial no Qatar, em 28 de setembro.

"O resto é para se fazer, porque os anos vão passando. Não que me sinta velha, mas é óbvio que tenho de gerir muito bem os esforços, para que, nos momentos certos, esteja muito, muito bem", diz a marchadora.

A internacional portuguesa pensa também nos Jogos Olímpicos de Tóquio2020 e o ano que agora acaba trouxe, no início de dezembro, uma boa novidade:

"Conseguimos, os atletas e o advogado Paul [Demeester] falar, no Mónaco, com todos os membros da IAAF [federação internacional de atletismo] e conseguimos que recomendassem os 50 quilómetros marcha para os Jogos Olímpicos de Tóquio. Falta o Comité Olímpico Internacional dar o OK, mas, em princípio, vai avançar. O nosso advogado já disse que, se não derem OK, há outras formas... Eles não vão querer arranjar problema com o Paul, que tem um amor à marcha e a esta causa dos 50 km marcha [femininos]. Ele começou nisto em 2017 e tem sido o meu anjo da guarda."

Confirmando-se os 50 quilómetros marcha femininos nos Jogos Olímpicos, Inês Henriques quer lá estar e com ambição:

"Quero estar em Tóquio, a lutar por uma medalha. É o único título que me falta. Não é fácil, tenho noção, mas só penso em trabalhar. Se isso acontecer, os resultados aparecem depois."

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