“Não sei dizer as quantidades, mas serviam para comprar um andar em Barcelona. Mais ou menos entre 150.000 a 200.000 euros”, disse Cheikh Saad, em declarações à rádio Rac1.

O mesmo jogador suspeita que haja outros jogos neste escândalo, apontando os encontros com o Cornellá e o Gavá, todos do grupo 3 da segunda divisão B.

“Desconfio que tudo começou no jogo contra o Cornellá. Durante o jogo, os jogadores do Cornellá diziam aos meus colegas o que tinham de fazer e que marcariam golo logo a seguir. Não posso dizer que todos os jogadores [do Cornellá] sabiam, mas alguns estavam a par de que alguma coisa iria acontecer”, afirmou o jogador do Eldense, nascido na Mauritânia.

Com 32 jornadas já disputadas, o Eldense ocupa o 20.º e último lugar do grupo 3, com apenas 14 pontos, já a distantes 16 pontos do penúltimo, o Levante B, e já está matematicamente despromovido.

A polícia espanhola já deteve o treinador do Eldense e um responsável do clube por suspeitas de resultado combinado com o FC Barcelona B.

A investigação foi espoletada pela denúncia de Cheik Saad de que o resultado foi combinado por quatro companheiros de equipa, com a conivência do treinador.

O técnico Filippo Vito, detido na segunda-feira à noite, orienta a equipa desde janeiro, altura em que o clube passou a ser controlado por um grupo empresarial italiano, cujo responsável também foi preso.

A comissão de gestão do clube anunciou no domingo a desvinculação do grupo de investimento italiano e a suspensão da atividade desportiva de equipa principal, por suspeita de envolvimento de alguns jogadores em esquemas de viciação de resultados.

Em simultâneo, a comissão do Eldense pediu à Liga e a federação espanhola que investiguem o assunto.