Numa carta aberta publicada nas redes sociais e dirigida a Fernando Gomes, os futebolistas revelam “incredulidade” pela decisão do Conselho de Disciplina (CD) da FPF, que sancionou o clube lisboeta com uma multa de 14 mil euros, derrota em dois jogos e outros cinco à porta fechada, por uma aparente violação dos regulamentos por parte de Rúben Amorim.

O antigo jogador de Benfica, Sporting de Braga e Belenenses estava impedido, enquanto “treinador estagiário”, de dar indicações para o campo, tendo sido castigado com uma suspensão de três meses, 2.600 euros de multa e inibição de ser inscrito como treinador durante um ano.

“Qual é o seu sentimento ao saber que o que está em causa é o nosso treinador estagiário, por acaso um ex-jogador profissional e internacional pelo nosso país, ter estado em pé ocasionalmente no banco durante estes dois jogos?”, questionam os jogadores, dirigindo-se ao presidente da FPF.

Os atletas dizem não perceber “como é possível a aplicação destas multas pela instituição que mais deveria proteger os interesses do futebol português não profissional” e lembram que “todos os fins de semana” sucedem “situações graves com clubes das I e II Ligas, que se resumem a multas de pouco mais de 1.000 ou 2.000 euros”.

“Situações que muitas vezes envolvem violência, ataques de ódio a agentes do futebol e que mancham gravemente a imagem do nosso futebol”, vincam os casapianos, defendendo Rúben Amorim, um antigo “profissional, que representou a seleção por 14 vezes”.

No comunicado, os futebolistas vão mais longe e apontam o dedo aos “órgãos de soberania do futebol português”, questionando se estes “têm dois pesos e duas medidas”.

“Esperamos que o recurso para as instituições competentes ajude a limpar mais uma situação no mínimo vergonhosa no futebol português, que altera a verdade desportiva e que coloca em risco toda a credibilidade do Campeonato de Portugal e o futuro de um jovem treinador português. O futebol, no sentido mais puro, joga-se nestas divisões secundárias. Por favor, presidente, não deixe que estraguem o que resta dele”, conclui a nota.

No domingo, também em comunicado, a direção do Casa Pia “repudiou” o “teor do acórdão proferido pelo CD” e anunciou que “irá interpor recurso do mesmo nas instâncias competentes”.

Com este castigo, o Casa Pia, que era segundo classificado da Série D do Campeonato de Portugal, com 36 pontos, três a menos que o líder Praiense, caiu para a quarta posição, com 30 pontos, concluída que está a primeira volta da prova.