Em conferência de imprensa, no Seixal, a capacidade defensiva esteve quase sempre no foco do discurso do treinador dos ‘encarnados’, mas Jesus lembrou, no entanto, que o Benfica, tal como o adversário, “também tem ambições” e quer “estar na próxima eliminatória” desta competição.

“É um adversário com patamar alto no futebol inglês, mas nós também sabemos o valor que temos e vamos querer surpreender o Arsenal. Vai ser importante que a equipa esteja bem estruturada defensivamente para poder anular os dois jogadores da frente, Aubameyang e Lacazette, jogadores individualmente muito fortes”, delineou o técnico.

Sobre a possibilidade de recorrer a um esquema de três defesas-centrais para travar esses dois avançados, Jesus garantiu que ainda não tomou uma decisão, mas reforçou a importância de ser uma equipa “bem organizada defensivamente para disputar esta eliminatória”.

É que, apesar de o jogo de quinta-feira se disputar no Estádio Olímpico de Roma, casa emprestada ao Benfica para defrontar os ingleses, devido às restrições de viagens impostas pelas medidas de combate à covid-19, os golos fora “têm muita influência em caso de empate”.

Jesus garante que esse dado “não vai mudar a ideia de jogo” da sua equipa, mas admite que, em termos ofensivos, o Benfica “pode não ser aquela equipa com tantos avançados como, normalmente, faz no campeonato português”.

“Também não é difícil de perceber, porque sabemos que a equipa do Arsenal tem um ataque poderoso, com muita qualidade individual, portanto temos de fazer algum equilíbrio para que as coisas se tornem mais fáceis. Mas só a organização defensiva não chega. Também tens de ter capacidade para agredir o adversário quando tiveres bola”, advertiu.

Sobre o futuro do Benfica na Liga Europa, Jesus afirmou que a presença nesta competição “não é uma tábua de salvação” para a época dos ‘encarnados’, mas sim parte de “um projeto”, e lembrou que, “a partir desta eliminatória”, a competição “vai ser [como] uma Liga dos Campeões”.

Um dado que, no entanto, não retira a ambição a Rafa, avançado que ouviu atentamente as declarações de Jorge Jesus, antes de admitir o favoritismo dos ingleses.

“Acho que o Arsenal pode ser considerado favorito, mas não devemos olhar para o Benfica como uma equipa que não vá lutar pelo resultado ou não queira passar à próxima fase”, frisou.

Até porque, apesar de ser “um adversário diferente” que vai colocar dificuldades, os jogadores do Benfica querem fazer o mesmo.

“É uma equipa com ambições na Liga Europa, tal como nós temos”, comparou Rafa.

O Benfica realiza hoje o último treino no Seixal, antes de partir para Roma, onde recebe, na quinta-feira, o Arsenal, em partida da primeira mão dos 16 avos de final da Liga Europa, com início marcado para as 20:00 (em Lisboa) e arbitragem do turco Cuneyt Çakir.

Para chegar a esta fase da Liga Europa, o Benfica passou a fase de grupos no segundo lugar do Grupo D, atrás do Rangers (Escócia) e à frente do Standard Liège (Bélgica) e do Lech Poznan (Polónia).

Já os ‘gunners’, saíram vencedores do Grupo B, à frente de Molde (Noruega), Rapid Viena (Áustria) e Dundalk (Irlanda).

A segunda mão está marcada para dia o 25 de fevereiro, às 17:55, no Estádio Georgios Karaiskakis, em Atenas, casa emprestada do Arsenal para a receção aos ‘encarnados’.

As duas partidas realizam-se fora dos habituais palcos das duas equipas devido às restrições causadas pela pandemia de covid-19.