“O futebol assume a sua responsabilidade de investigar de forma clara as denúncias de conduta inapropriada, de forma a compreender a realidade dos factos e a tomar medidas para evitar que problemas destes surjam no futuro”, refere a NWSL em comunicado divulgado no domingo, no qual esclarece que a investigação será dirigida por peritos independentes.
O organismo nomeou, entretanto, um comité executivo composto por três mulheres para liderar a organização do principal campeonato, após a saída da comissária Lisa Baird, que chegou à direção da NWSL no início de 2020 e deixou o cargo na sequência do escândalo, tornado público pela revista especializada The Athletic, que reportou, com testemunhos de duas antigas jogadoras, uma prática consistente de assédio e coerção sexual do antigo técnico Paul Riley.
“Estamos desoladas com o que demasiadas jogadores tiveram que suportar para, simplesmente, poderem competir no desporto que amam”, referiram as três novas comissárias, num comunicado conjunto, acrescentando: “Entendemos ser necessário e urgente uma mudança profunda para acabar com estes problemas para recuperar a confiança de jogadoras e adeptos”.
A federação norte-americana suspendeu a licença de Riley após a reportagem sair, com acusações das antigas jogadoras Sinead Farrelly e Mana Shim, com abusos que começaram em 2011 e foram continuando ao longo dos anos, no caso da primeira.
Riley terá assediado Shim nos Portland Thorns, que treinou em 2014 e 2015, numa carreira em que passou por várias equipas norte-americanas e em que foi considerado o Treinador do Ano em 2011, 2017 e 2018.
O sindicato tem protestado contra a falta de ação e políticas em relação a casos de assédio e abuso, um tema recente na NWSL, como o caso do treinador dos Washington Spirit, Richie Burke, despedido após uma notícia do Washington Post dar conta de abuso verbal e emocional.
Devido ao escândalo em torno de Riley, a NWSL decidiu não disputar jogos no fim de semana passado, e a FIFA anunciou a abertura de um inquérito.
“Tendo em conta a severidade das alegações trazidas a público, podemos confirmar que os corpos disciplinares da FIFA estão a debruçar-se sobre a matéria e abriram uma investigação preliminar”, escreveu o organismo de cúpula do futebol mundial, numa resposta à agência noticiosa Associated Press.
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