A Liga NOS regressa este fim de semana, depois de uma paragem e volvidas dez jornadas. O SAPO24 aproveitou a paragem, fez um balanço do arranque da temporada e procurou identificar quem ficou aquém das expetativas.

Se olharmos para a performance das equipas vemos que o Rio Ave, em comparação com a época passada, é quem está pior, com menos 7 pontos. Adicionalmente, Sporting, (menos cinco pontos), Paços de Ferreira e Arouca (menos quatro pontos), e Porto, Nacional e Estoril (menos três pontos) acabam também por estar a fazer um arranque de época inferior ao esperado.

Tendo em conta esta premissa, criámos um ‘onze’ (com direito a treinador), numa escolha que não só espelha o momento menos bom de algumas equipas do campeonato, mas também procura debater algumas das contratações e quebras de qualidade exibicional de alguns jogadores.

Quem dececionou? Quem é que não vingou? Desde as jovens promessas a jogadores com uma carreira consumada, ficam aqui as nossas escolhas:

GR: Miguel Silva - Vitória de Guimarães

O guarda-redes que na época anterior foi dono e senhor da baliza vimaranense não soma um único minuto esta temporada. A jovem promessa portuguesa chegou a ser associado a alguns dos ditos clubes 'grandes' do nosso futebol, no mercado de verão, mas sem que nada se concretizasse. Esperava-se que Miguel Silva mantivesse o estatuto de titular dentro do plantel e desse mais um passo em frente na sua afirmação como jogador, mas a verdade é que o veterano Douglas é que tem defendido a baliza do Vitória minhoto.

DD: Pedro Queirós - Desportivo de Chaves

Um jogador de qualidade comprovada, que chegou do Astra Giurgiu (da Roménia) para ser titular e acrescentar experiência a uma equipa recém chegada à Primeira Liga. Com uma carreira consolidada em Portugal, com passagens pelo Vitória de Setúbal, Feirense e Paços de Ferreira, esperava-se que Queirós fosse um indiscutível na equipa de Jorge Simão. Ao invés, fez apenas um jogo.

DC: Hugo Basto - Arouca

O patrão da defesa do Arouca na época passada, e que personificava a grande temporada do clube do norte, soma apenas 433 minutos na presente temporada. O Arouca está a ser uma deceção na presente edição do campeonato e Hugo Basto é como que o rosto de uma época, até agora, aquém da expetativas. Esperava-se mais da defesa arouquense - a segunda mais batida - e do seu 'patrão'.

DC: César - Nacional da Madeira

O defesa-central do Benfica voltou a ser emprestado, desta feita a um clube português. Tem tido espaço, mas não tem aproveitado a oportunidade da melhor forma. A defesa do Nacional da Madeira tem somado exibições menos conseguidas e sido apontada como o setor responsável pelo fraco início de época da turma orientada por Manuel Machado. Quanto a César, esperava-se que esta fosse uma época de afirmação no sentido de conquistar um lugar no plantel encarnado da próxima época.

DE: Jefferson - Sporting

O lateral brasileiro está irreconhecível. Um jogador que foi influente em épocas passadas - basta relembrar o ano em que Marco Silva orientou a equipa -, perdeu o lugar para o jovem Marvin Zeegelar e, em alguns jogos, Bruno César. Soma um único jogo e parece não se assumir como uma opção viável para Jorge Jesus.

MD: Celis - Benfica

Chegou como desconhecido, mas com estatuto de jogador de seleção. Celis veio para complementar o meio-campo encarnado e evitar que o setor ficasse desequilibrado com eventuais saídas de última hora. Tapado na posição de trinco por Fejsa e Samaris - e até por André Almeida, em último caso -, o colombiano não foi ainda capaz de deixar marcas positivas no seu jogo sempre que teve oportunidades para tal, acumulando faltas desnecessárias e passes errados.

MC: Meli - Sporting

Marcelo Meli veio da Argentina com rótulo de craque e pronto para suplantar as eventuais saídas de Adrien e William Carvalho, que tantas manchetes fizeram no mercado de verão. Nenhum dos jogadores saiu e Meli também não se conseguiu impor, nem quando Adrien se lesionou e a opção de Jorge Jesus para o seu lugar foi… Bruno César. Esperava-se muito mais do argentino que soma apenas sete minutos no último jogo da Taça de Portugal, frente ao Praiense.

MO: Brahimi - Porto

O melhor jogador dos azuis e brancos nas duas últimas épocas soma apenas 197 minutos esta temporada. Para Nuno Espírito Santo, o argelino não tem merecido um lugar no onze. Depois de um verão em que a sua saída foi muito falada, mas nunca se chegou a concretizar, a verdade é que aquela que se esperava que fosse uma das caras na renovação do Porto de NES tem passado a maior parte do tempo... no banco.

ED: Carrillo - Benfica

O salto de Carrillo para o outro lado da segunda circular foi uma das trocas entre 'grandes' mais polémicas e 'quentes' dos últimos anos no futebol português. Por tudo isso e pela evolução que teve em Alvalade, esperava-se que Carrillo se impusesse num Benfica que ficou órfão de Gaitán. Mas a verdade é que o peruano tem desiludido. Ultrapassado por Cervi na hierarquia dos extremos do clube da Luz, 'La Culebra' arrisca-se a ficar conhecido na história dos encarnados como um mero golpe de vingança, aplicado pelos encarnados ao Sporting na sequência da saída de Jorge Jesus.

EE: Vukčević - Desportivo de Chaves

Foi com alguma surpresa que o verão trouxe Simon Vukčević de volta a Portugal para representar o recém-promovido Desportivo de Chaves. Esperava-se que o montenegrino, que durante as quatro épocas em que vestiu a camisola do Sporting era uma das referências ofensivas da equipa, viesse para ser titular indiscutível e o craque da equipa. Contudo, tal não aconteceu. Mal tem saído do banco, soma apenas 152 minutos jogados (distribuídos por 6 jogos) e este início de época parece dar razão às palavras do próprio que, em entrevista recente ao site MaisFutebol, assumiu que sair do Sporting foi a pior decisão da sua carreira.

AC: Paulo Henrique - Estoril Praia

Quando chegou ao Estoril, Paulo Henrique foi considerado um super-reforço e uma das 'trutas' do mercado de transferências. Com qualidade comprovada nos campeonatos holandês, chinês e turco, esperava-se que o avançado brasileiro chegasse e singra-se com as cores da equipa da linha. Ao invés, soma 274 minutos distribuídos por 4 jogos e tem apenas um golo - num jogo da Taça da Liga - e parece estar a ter dificuldades em adaptar-se às redes portuguesas.

Treinador: Nuno Capucho - ex-Rio Ave

Recebeu para as mãos a herança vilacondense de Pedro Martins - um 6º lugar na Liga e umas meias-finais na Taça de Portuga, na época transata -, e não conseguiu dar-lhe continuidade. Nuno Capucho acabou por ser despedido à 10ª jornada e é um dos principais responsáveis por o Rio Ave, neste momento, ter menos 7 pontos do que em igual momento da temporada passada.