"A Liga Portugal, enquanto organismo com a tutela das competições profissionais de futebol, entendeu ser hora de mediar o debate entre responsáveis pela comunicação das sociedades desportivas e os representantes do jornalismo e dos órgãos de comunicação social", afirmou António Barroso.

O responsável sublinhou que "a intensidade diária desse mesmo debate, o excecional escrutínio público do futebol e a necessidade de maior equidade no tratamento noticioso dos vários emblemas são factos identificados pela Liga Portugal, que entende tratar-se de matéria de responsabilidade cívica de várias entidades com poderes de concertação profissional".

"Por essa razão, e porque o futebol precisa tanto dos 'media' como os 'media' do futebol, a Liga Portugal irá promover, com a maior brevidade possível, um encontro para o qual convidará os diretores de comunicação das sociedades desportivas, as direções dos órgãos de comunicação social, o Sindicato dos Jornalistas e o CNID - Associação dos Jornalistas de Desporto", justificou.

António Barroso acrescentou que a LPFP considera "fundamental fazer-se este debate o mais rapidamente possível, para evitar que algumas clivagens, equívocos ou excessos firam a relação entre dois setores de atividade com preponderância no tecido socioeconómico nacional".

Esta posição da LPFP acontece depois de o presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, ter apelado no sábado aos adeptos para que boicotem jornais desportivos e televisões portuguesas, e de o clube ter dado indicações para que os seus atletas não prestem declarações à comunicação social, a não ser em casos regulamentados.

No dia seguinte, as televisões RTP, SIC e TVI decidiram não fazer transmissão em direto da conferência de imprensa do treinador da Jorge Jesus, de antevisão do jogo do Sporting com o Tondela, da I Liga de futebol, enquanto o Sindicato dos Jornalistas pediu a intervenção da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), que prometeu ficar atenta a qualquer violação da lei.

Esta época, alguns clubes já se queixaram de tratamento desigual da comunicação social, nomeadamente o Desportivo das Aves, que cancelou uma conferência de imprensa, antes de um jogo com o Vitória de Guimarães para a I Liga, porque apenas estava presente um jornalista na sala, e o Tondela, que optou por não realizar a habitual conferência de imprensa antes de um jogo com o Benfica, reclamando mais atenção para os clubes pequenos e não apenas quando enfrentam os três 'grandes'.

Numa época em que tem sido acentuado o clima de crispação envolvendo Benfica, FC Porto e Sporting tendo como pivôs os respetivos diretores de comunicação, os treinadores do Tondela, Pepa, e do Rio Ave, Miguel Cardoso, deram uma conferência de imprensa conjunta após um jogo da I Liga, um momento que o diretor de comunicação dos beirões, Vítor Ramos, considerou como um "ato simbólico" de "dois clubes que valorizam o espetáculo e o que o futebol tem de melhor: jogadores, treinadores".

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