“Estou muito orgulhosa da minha preparação, ninguém me pode tirar isso. Cheguei na melhor forma possível, mas o desporto, como a vida, é assim, prega-nos uma rasteira, às vezes literalmente e não conseguimos chegar à frente do pelotão”, afirmou a atleta do Benfica, de 28 anos, em declarações à agência Lusa.

Marta Pen terminou a terceira série no 10.º lugar, em 04.07,33 minutos, depois de ter colidido com marroquina Rababe Arafi, na parte final da corrida.

“A atleta que estava à minha frente parou abruptamente, quando eu ia para o ‘sprint’ final e tive de parar e retomar a prova. Felizmente, não me aleijei. No desporto, como na vida, às vezes preparamo-nos o melhor possível, temos talento, esforçamo-nos para agarrar as oportunidades e, no entanto, imprevistos acontecem”, reiterou Marta Pen.

Ainda na zona mista, sem certeza sobre a apresentação ou sucesso do protesto apresentado pela Missão de Portugal, a atleta, que tem como recorde pessoal 04.03,99 minutos, assumiu a mágoa: “Custa muito, obviamente, porque estava a sentir-me ‘superbem’, em posição de recorde pessoal”.

“Cheguei aos Jogos Olímpicos em forma, saudável, pronta para agarrar a oportunidade. Foram cinco anos para agarrar a oportunidades certas, com as pessoas certas, e custa muito. Isso exige o meu esforço e a minha dedicação a mais um ciclo olímpico, mas sinto-me uma sortuda por poder fazer o que gosto todos os dias”, ressalvou.

Depois do 36.º lugar na estreia olímpica, no Rio2016, Marta Pen terminou hoje com o 28.º registo das eliminatórias dos 1.500 metros, apesar de ambicionar mais.

“Estava confiante que podia entrar para a história, entrar para uma final olímpica, mas não vai ser hoje. Pode ser que seja em Paris2024”, lamentou, derrotada.

Na mesma distância, mas a correr na primeira série, Salomé Afonso, de 23 anos, não foi além do 37.º tempo nas eliminatórias, em 04.10,80 minutos.

O melhor tempo da qualificação foi alcançado pela queniana Faith Kipyegon (04.01,40), atual campeã olímpica e que detém a melhor marca mundial do ano (03.51,07). A ugandesa Winni Nanyondo (04.02,24) e a australiana Linden Hall (04.02,27) avançaram com o segundo e terceiro melhores registos.

A holandesa Sifan Hassan, que procura uma inédita conquista das provas de 1.500, 5.000 – com final marcada para hoje – e 10.000 metros, caiu na segunda série, mas, mesmo assim, terminou em primeiro, com o tempo de 04.05,17 minutos.

As semifinais estão marcadas para quarta-feira, a partir das 19:00 (11:00), e a final para sexta, às 21:50 (13:50).