“O início [de campeonato] não foi o que esperávamos, pois queríamos estar dentro do top-10 e mais próximos do top-5”, disse o piloto de 27 anos, na conferência de imprensa de antevisão do evento, que se disputa no Autódromo Internacional do Algarve entre sexta-feira e domingo.

Miguel Oliveira, que chega a esta jornada na nona posição da categoria MotoGP do Campeonato Mundial de Velocidade em motociclismo, com 28 pontos, sublinhou que, apesar de tudo, a “motivação é elevada”.

“Sendo o GP caseiro, podemos começar de novo. A minha motivação está em alta. Queremos encontrar a velocidade que tivemos no passado e tentar ser competitivos aqui em Portugal outra vez”, disse o piloto luso, de 27 anos.

Oliveira considerou, ainda, “um privilégio” o apoio recebido quarta-feira, com a presença de cerca de 700 motards na parada que realizou entre Portimão e o circuito.

“Todos os anos acontece alguma coisa, pelo que este ano conseguimos envolver a KTM e trazer a mota de competição para as ruas. De cada vez que se tira a mota do seu ambiente natural, é incrível”, sublinhou o piloto da marca austríaca, considerando, ainda, ser “um privilégio estar envolvido e ser rodeado de todo este suporte”.

Por isso, espera “poder dar alguma coisa em troca”, disse ainda o piloto português.

Já o antigo campeão mundial, o espanhol Marc Márquez (Honda), também presente na conferência de imprensa, mostrou-se agradado com o traçado português, revelando ter tido ajuda de Miguel Oliveira.

“Gosto do traçado, com todas as subidas e descidas, curvas diferentes, em que tens de ser bastante fluido. Lembro-me que tive algumas dificuldades no ano passado para o compreender e recordo que o Miguel Oliveira me dizia que tinha de ser fluido e que, se fosse capaz de encontrar o ritmo, seria mais fácil”, disse o espanhol da Honda.

Marc Márquez explicou, ainda, que “se lutar contra a mota, tudo corre mal”.

O piloto catalão acredita que “a instabilidade da meteorologia pode ajudar” a que tenha um melhor resultado, mas ressalva que ainda precisa “compreender a mota neste circuito europeu, mais curto e estreito.

Já no ano passado Marc Márquez voltou à competição após lesão em Portimão, recordando que “foi um regresso muito bom”.

O campeão mundial em título, o francês Fábio Quartararo (Yamaha), disse que o traçado português não lhe vai “mal”.

“Tudo vai depender dos treinos livres. O meu objetivo é puxar o mais que possa. Em Austin [na corrida anterior] dei tudo o que tinha e cometi um erro, mas é a única forma de desafiar as outras marcas”, explicou o gaulês, que em 2021 venceu o GP de Portugal realizado a 18 de abril.

O australiano Jack Miller (Ducati) também se revelou um fã do circuito algarvio.

“É tão diferente de qualquer outra pista que temos no calendário que a torna agradável. Temos de negociar as subidas, as curvas com inclinação para dentro, para fora. Dá-nos um pouco de tudo pelo que, definitivamente, é uma pista refrescante para pilotar”, frisou o australiano.

Miller sublinhou, ainda, o facto de o GP de Portugal ser a primeira das rondas europeias, o que faz com que o campeonato “comece a aquecer”.

Já o espanhol Alex Rins (Suzuki) mostrou-se mais “calmo” depois de ter sido abordado para renovar pela equipa japonesa.

“Posso pilotar melhor por causa disso”, frisou.

O GP de Portugal é a quinta de 21 provas do Campeonato do Mundo de Velocidade em motociclismo de 2022, que conta com 24 pilotos presentes na categoria rainha, a MotoGP, incluindo o português Miguel Oliveira (KTM).

Em disputa estão, ainda, as categorias de Moto2 e Moto3, sendo que na sexta-feira disputam-se duas sessões de treinos livres para cada uma das três categorias.

No sábado, realizam-se mais duas sessões de treinos livres e a qualificação para a corrida de domingo.

Os 10 pilotos mais rápidos no conjunto das três primeiras sessões de treinos livres garantem a passagem direta à segunda fase da qualificação, a Q2.