“Irei entrar a pontuar, com objetivo bem definido de estar sempre nos pontos, no ‘top-10′, como se fosse um campeonato numa situação normal”, afirmou o piloto natural de Almada, em entrevista à agência Lusa.
O arranque do campeonato do mundo estava previsto para 08 de março, no Qatar, mas a pandemia de covid-19 levou ao reajuste do calendário, tendo como primeira prova o Grande Prémio de Espanha, em Jerez de la Frontera.
Estão marcadas 13 corridas, todas em solo europeu, cinco das quais em formato de jornadas duplas, incluindo as últimas dias, em 08 e 15 de novembro, em Valência.
Miguel Oliveira admitiu que o encurtamento do calendário pode levar os pilotos a “adotarem diferentes estratégias”, uns a aproveitarem “cada corrida como fosse a última” e outros a terem “uma abordagem mais cautelosa”, procurando pontuar nas primeiras provas, “por não haver muitas oportunidades” para o fazer.
No entanto, o português considera que este campeonato disputado “em condições únicas” vai conferir um “grande desgaste físico e no qual os erros podem sair caros”, já que muitas das provas acontecem em semanas consecutivas.
“Vamos fazer muitas corridas em três fins de semana seguidos e quem cair vai sofrer consequências de imediato, mas o positivo é que pode haver a sensação de que podemos voltar à pista e emendar os erros”, destacou.
Miguel Oliveira mostrou-se confiante que o campeonato “siga até ao fim”, tendo em conta a evolução da pandemia a nível mundial e a vontade da organização que a competição aconteça.
Apesar da ausência de competição, este tempo de paragem permitiu a Miguel Oliveira receber “uma prenda”, com a possibilidade de se concentrar na recuperação da lesão no ombro, que garantiu “está a 100%”.
No entanto, a preparação física “nunca parou”, frisou à Lusa Miguel Oliveira, à margem de uma ação de formação para pilotos no Autódromo Internacional do Algarve, em Portimão.
Foi no circuito algarvio que Miguel Oliveira ensaiou o regresso à competição, no passado fim de semana, quando venceu as duas primeiras corridas do nacional de superbikes, procurando estar “o maior tempo possível em contacto com a moto”.
Relativamente à covid-19, o piloto, que frequenta o curso de medicina dentária, congratulou-se pelos resultados no combate à pandemia em Portugal.
“Não podemos deixar que esse orgulho nos faça descuidar, por isso temos de continuar a ter uma atitude cautelosa e responsável. Tudo o que dependa do nosso bom senso temos de o usar, sem dúvida nenhuma”, alertou.
Miguel Oliveira vai cumprir o seu segundo ano em MotoGP, a classe ‘rainha’ do Mundial de velocidade de motociclismo, depois de ter sido 17.º classificado em 2019, com um total de 33 pontos.
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