“Não vou poupar esforços para o sucesso dos Jogos de Tóquio”, garantiu Hashimoto, de 56 anos, que já apresentou a demissão do cargo de ministra ao primeiro-ministro Yoshihide Suga.
A nomeação da antiga atleta, que competiu três vezes nos Jogos Olímpicos e quatro nos JO de Inverno, é considerada um sinal importante, num país em que as mulheres continuam a ser raras em cargos de poder. Hashimoto era também a responsável no Governo pela igualdade homens-mulheres desde setembro de 2019.
A história pessoal de Seiko Hashimoto tem além disso muitas ligações com os Jogos Olímpicos. Nasceu em Hokkaido, no Norte do Japão, cinco dias depois da cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio de 1964. O seu nome, “Seiko”, vem de “seika”, que quer dizer “chama olímpica” em japonês.
A agora responsável pelo comité organizador de Tóquio2020 competiu nos Jogos Olímpicos de 1988, 1992 e 1996, em ciclismo de pista, e nos Jogos de Inverno em 1984, 1988, 1992 e 1994, como patinadora de velocidade no gelo.
Hashimoto ganhou uma medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Inverno, em 1992, em Albertville, em França, nos 1.500 metros de patinagem de velocidade no gelo.
A japonesa substitui no cargo Yoshiro Mori, de 83 anos, forçado a demitir-se em 12 de fevereiro, após ter feito comentários sexistas, afirmando que “as mulheres têm dificuldade em ser concisas”, durante uma reunião do organismo a que presidia.
“As reuniões dos conselhos de administração com a presença de muitas mulheres demoram demasiado tempo. Se for aumentado o número de membros femininos e o tempo de intervenção não for limitado, será mais difícil concluí-las, o que é irritante”, sustentou Mori.
O ex-dirigente disse ainda que “as mulheres têm espírito competitivo” e “se uma levanta a mão [para poder intervir], as outras sentem-se na obrigação de também falarem”, fazendo com que as reuniões demorem muito tempo a concluir.
A polémica gerada pelas declarações de Muto, que o próprio reconheceu “contrárias ao espírito olímpico”, num pedido de desculpas, levou à demissão de centenas de voluntários para os Jogos e causou profundo mal-estar entre os patrocinadores do evento.
O Japão ocupa o 121.º lugar no mais recente relatório do Fórum Económico Mundial sobre a igualdade de género, entre 153 países, e o 131.º na proporção de mulheres em lugares de topo em empresas, política e administração pública.
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