Em causa está o facto de Mourinho não ter declarado o valor recebido em direitos de imagem nos anos de 2011 e 2012, altura em que comandava o Real Madrid. Com este acordo, que prevê o pagamento de 800 mil euros de multa, Mourinho evita a pena de prisão de 12 meses que reivindicam as autoridades espanholas.

A Justiça espanhola decidiu em novembro de 2017 manter em aberto, em fase de instrução, o processo de alegada fuga ao fisco de José Mourinho, apesar de o treinador português defender à data o seu fecho, insistindo que já tinha restituído o dinheiro em falta.

Já “paguei” o que tinha de pagar” e agora “acabou”, defendeu Mourinho a 3 de novembro de 2017, à saída de uma audiência com o procurador, em declarações à agência Lusa.

Em 2013, “quando saí do Real Madrid fui informado de que a minha situação fiscal estava toda regularizada”, explicou Mourinho, acrescentando que dois anos depois foi “informado” do contrário e que “para a regularizar, tinha de pagar uma determinada quantia”. “Foi o que fiz” em 2015, insistiu o treinador português, garantindo que agora “o processo está fechado”.

O técnico português, que agora treina os ingleses do Manchester United, apresentou as suas declarações fiscais de 2011 e 2012 em Espanha, mas sem incluir as receitas obtidas com a cedência dos direitos de imagem a empresas com sede em paraísos fiscais.

O Ministério Público espanhol calcula os montantes em falta pelos direitos de imagem em 3.304.670 euros, dos quais 1.611.537 relativos a 2011 e 1.693.133 referentes a 2012.

Em julho de 2015, Mourinho reconheceu a falta da declaração de direitos de imagem e aceitou pagar uma coima de 1,14 milhões de euros, mas, para o fisco espanhol, o caso não ficou na altura totalmente resolvido.

Mourinho orientou o Real Madrid entre 2010 e 2013.