A mais mediática das provas do atletismo teve honras de uma apresentação especial, cheia de efeitos de luzes e som, e não desapontou as expectativas, com o norte-americano Coleman, vice-campeão há dois anos, a subir um degrau no pódio, com 9,76 segundos, quinta marca mundial de sempre.
O seu compatriota Justin Gatlin, campeão em 2017, desce um lugar, registando 9,89 segundos, menos um centésimo que o canadiano Andre de Grasse, que fechou o pódio, numa corrida em que cinco correram abaixo dos 10 segundos.
Ao segundo dia de provas no estádio Khalifa, na capital do Qatar, as marcas de grande qualidade começaram a aparecer, como se viu também no salto em comprimento, com os 8,69 metros do jamaicano Tajay Gale, ou os 30.17,62 minutos que deram o ouro à holandesa Sifan Hassan, nos 10.000 metros.
A final do salto em comprimento constituiu a primeira grande surpresa destes campeonatos, já que Gale era um quase 'desconhecido', com um recorde pessoal de pouco mais de 8,30 metros e um palmarés onde só constava, de relevante, a prata dos Campeonatos Pan-americanos.
Surpreendeu, antes de tudo, o favorito Juan Miguel Echevarria, que era apontado como o 'quase certo vencedor', atendendo à regularidade de bons saltos este ano, o melhor dos quais a 8,65. Hoje, ficou-se pelos 8,34, que só deu para a medalha de bronze, ainda atrás do norte-americano Jeff Henderson (8,39).
Echevarria ainda na sexta-feira se qualificara com 8,40, pelo que a sua desilusão é enorme.
Gayle é o homem do momento e com este salto sobe a 10.º mundial de sempre. O novo recordista da Jamaica sai de Doha com um concurso curioso, em que a segunda marca, 8,46, também valia ouro, não registando mais qualquer salto validado - fez dois nulos e prescindiu dos últimos dois.
Nos 10.000 metros, o andamento de quenianas e etíopes foi, mais uma vez, 'de loucos' e só Hassan, uma holandesa de origem etíope, conseguiu seguir com elas na frente após a forte 'sapatada' das quenianas, a meio da final.
Depois, foi a vez da etíope Letesenbet Gidey tentar a sua sorte, mas a destacar-se pouco e a 'permitir' o contra-ataque final de Hassan, que passa a ser a melhor mundial do ano, numa corrida rapidíssima.
Gidey, antiga campeã mundial júnior de crosse foi segunda, com 30.21,23, e a queniana Agnes Tirop terceira, com 30.25,20 - em ambos os casos, recordes pessoais.
Na outra final do dia, em termos de provas de estádio, a norte-americana estreia-se como campeã no lançamento do martelo, com um arremesso de 77,54 metros.
A prata vai para a polaca Joanna Fiodorow (76,35) e o bronze para a chinesa Zheng Wang (74,76).
Para a história, fica também o primeiro recorde mundial da estafeta mista dos Estados Unidos, vencedora de uma das meias-finais em 3.12.42.
A prova, muito 'jovem' em termos de calendário internacional, ainda só tinha melhor marca mundial e estava definido que a partir de hoje passava a ser validado o melhor registo. Sem surpresas, as meias-finais renderam também recordes da Europa, Ásia e Américas e ainda recordes nacionais da Bélgica, Jamaica, Japão, França e Canadá.
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