Jorge Silva vai sofrer por fora no jogo de domingo da atribuição do título, no Palau Blaugrana, em Barcelona, mas está "tranquilo" e "confiante", porque "o colega que for chamado à equipa desempenhará o papel exigido com o mesmo rigor e determinação".

"Não temos de nos considerar favoritos, mas quem quiser derrotar esta equipa vai ter de trabalhar muito. Este grupo está unido e vai lutar pelo título até ao fim", disse Jorge Silva, algo abalado emocionalmente por ter ficado de fora.

O jogador viu três cartões azuis nos jogos realizados, dois dos quais considera injustos, mas apesar do esforço realizado pelos dirigentes portugueses na tentativa da despenalização, vai ficar mesmo fora do encontro decisivo com a Argentina.

"Este grupo está muito forte, sabe das dificuldades que vai ter pela frente, mas a prova está no querer e na vontade que nos trouxe até a final, seja nos prolongamentos ou nas grandes penalidades, e vamos espera que caia para o nosso lado", disse.

Jorge Silva abordou ainda a questão do perigo dos "reis da habilidade fora do que é o hóquei" poderem tentar condicionar o jogo e disse que "admite erros, mas não propositados", e que "só não tiraram Portugal da competição, porque tem um grupo muito forte".

O técnico-adjunto Edo Bosch reconheceu que eliminar a Itália e a campeã mundial Espanha deu confiança, mas a seleção está consciente das dificuldades do jogo de domingo, frente a uma grande equipa, e em que o favoritismo está repartido em 50/50.

"O nosso sonho continua vivo, que é chegar ao título mundial, e queremos todos muito concretizá-lo", disse o catalão Edo Bosch, defendendo que "a seleção que cometer menos erros" e que conseguir "fazer sobressair os detalhes individuais será campeã".

Edo Bosch só pede que os protagonistas da final com a Argentina sejam os jogadores, e que estes não entrem em artimanhas para tentar iludir os árbitros, e que consiga no domingo algo que nunca atingiu por Espanha, que é erguer o troféu de campeão mundial.

"Como jogador nunca tive esse prazer. Portugal deu-me uma segunda oportunidade e espero que, desta vez, o consiga", disse Edo Bosch, que desvalorizou o facto de poder erguer o troféu na sua terra natal, embora isso tenha um sentimento especial.

Sem Jorge Silva, mas com António Livramento presente na braçadeira do capitão João Rodrigues, Portugal procura domingo alcançar um título que foge desde 2003, em Oliveira de Azeméis, e que conquistou pela última vez fora de portas em 1993, em Bassano.

A seleção portuguesa, que procura vingar a derrota com a Argentina no mundial do Recife, no Brasil, em 1995 (5-1), regista ainda apenas uma vitória em solo espanhol, quando ergueu o troféu em 1950, em Madrid, na final disputada com a anfitriã Espanha.