“Quando se dá um emprego a alguém, mesmo que as condições sejam duras, damos dignidade e orgulho. Não é caridade”, disse o dirigente, durante a conferência mundial do Milken Institute, em Los Angeles.

Infantino respondeu desta forma quando foi questionado sobre se a FIFA iria usar os seus lucros para ajudar as famílias dos muitos migrantes que morreram nos últimos anos a construir os estádios, em condições de trabalho muito precárias denunciadas amiúde pelos media e organizações internacionais.

“Seis mil trabalhadores podem estar a morrer noutros lugares […]. A FIFA não está aqui para ser a polícia do mundo nem é responsável por tudo o que acontece, mas graças a si e ao futebol, contribuiu para uma mudança social positiva no Qatar”, destacou.

O italo-suíço defende que “morreram três pessoas” nessas circunstâncias, contudo o jornal The Guardian apresentou recentemente outros números, mais concretamente 6.500.

O dirigente disse que a FIFA está a “investigar essas questões juntamente com organizações internacionais”.

Paralelamente, realçou o facto da realização do Mundial ter permitido a introdução de um salário mínimo no país, de cerca de 250 euros, mais subsídio de refeição e alojamento, bem como de terem sido implementadas melhorias, nos últimos anos, nos direitos dos trabalhadores.

“Graças à FIFA, graças ao futebol, conseguimos lidar com o estatuto do milhão e meio de trabalhadores migrantes que estão no Qatar”, vincou.

O Qatar tem rejeitado os balanços de organizações independentes internacionais, assegurando que tem feito mais pelos migrantes do que qualquer outro país da região.