“É um espaço interativo, que explora muito os conteúdos multimédia”, adiantou Laura Rodrigues à agência Lusa.

Com o museu, este município do distrito de Lisboa quer atrair visitantes nacionais e internacionais, pela importância que o ciclista teve para a modalidade a nível nacional e internacional.

Depois de adquirir o antigo refeitório da Casa Hipólito, a autarquia efetuou aí obras de reabilitação do espaço e instalou o museu, um investimento de cerca de 600 mil euros.

O interior do edifício é composto por um espaço para exposições temporárias e permanentes, não só com informação e espólio de Joaquim Agostinho, mas também de outros ciclistas do concelho, como João Roque, camisola amarela na Volta a Portugal de 1963, Joaquim Gomes, camisola amarela da Volta a Portugal em 1989 e 1993, ou Marco Chagas, vencedor da Volta em 1982, 1983, 1985 e 1986.

A coleção integra bonés, canetas, porta-chaves, copos, relógios, cinzeiros, postais e calendários de várias equipas, galhardetes e camisolas assinados por Joaquim Agostinho e outros ciclistas, recortes de jornais, fotografias, medalhas de campeonatos do mundo, bicicletas em miniatura, postais enviados por ciclistas e respetivas equipas, cartazes de equipas, azulejos e cerâmica alusiva ao ciclismo, ferramentas, camisolas usadas por Joaquim Agostinho e outros ciclistas, livros de provas e revistas e jornais das décadas de 60 a 80 do século XX.

O ‘designer’ português Henrique Cayatte foi responsável pelo circuito expositivo do museu.

A recolha de espólio decorre desde 2013, tendo sido cedido espólio por particulares e pela família do ciclista, como troféus, camisolas amarelas ganhas e a bicicleta com a qual sofreu a queda que lhe causou a morte.

No exterior do museu foi criada uma zona de lazer dedicada à bicicleta, não só com esplanada e café, mas também com exposição de bicicletas de várias épocas, pista de obstáculos e zona lúdica.

Joaquim Agostinho, natural do concelho de Torres Vedras, nasceu em 07 de abril de 1943 e morreu em 10 maio de 1984, na sequência de uma fratura craniana resultante de uma queda durante a Volta ao Algarve, quando um cão se atravessou à frente da sua bicicleta.

O ciclista foi várias vezes camisola amarela na Volta a Portugal. Em 1972, foi quinto na Volta à Suíça e, nos anos de 1978 e 1979, conseguiu o terceiro lugar na Volta a França. Foi também 16.º no Campeonato do Mundo de Estrada, na década de 1960.