Em comunicado, a NBA anuncia o adiamento dos jogos, um dia depois de o boicote dos Milwaukee Bucks ter gerado uma ‘onda' histórica no desporto dos Estados Unidos de outras medidas semelhantes, pedindo justiça após o afro-americano Jacob Blake ter sido repetidamente baleado por um polícia.
Em conferência de imprensa sobre vários assuntos antes da noite em que vai discursar enquanto nomeado dos republicanos para as eleições presidenciais de 03 de novembro, Donald Trump criticou a decisão dos organizadores e disse desconhecer o que se tem passado em Orlando.
"Não sei muito do protesto da NBA. Sei que as audiências [televisivas] estão muito más, as pessoas estão um bocado cansadas da NBA. São como uma organização política, e isso não é bom", atirou o presidente norte-americano.
A direção da liga, que já soma seis adiamentos, afirmou esperar "que seja possível retomar os jogos na sexta-feira ou sábado", com um encontro marcado para hoje entre alguns jogadores, que falarão pela classe, os donos das 13 equipas presentes na ‘bolha' covid-19 em Orlando, cidade da Florida onde se jogam as partidas, e representantes da associação de jogadores, além do presidente do Comité de Questões Laborais da NBA, o antigo jogador e dono dos Hornets Michael Jordan.
Também a liga feminina, a WNBA, adiou três jogos, após a ameaça de boicotes na ‘bolha' de Bradenton, também na Florida, dando seguimento ao movimento que protesta contra a injustiça racial e os incidentes de domingo em Kenosha, no Wisconsin.
Durante a madrugada, e após o movimento iniciado pelos Bucks, que não compareceram em campo para o jogo cinco dos ‘play-offs’ com os Orlando Magic, jogadores da principal liga de futebol (MLS) boicotaram cinco jogos na noite de quarta-feira, num protesto coletivo contra a injustiça racial.
Dois outros jogos da principal liga de beisebol (MLB) e do campeonato feminino de basquetebol (WNBA) também ficaram por disputar, o mesmo acontecendo com as três partidas dos 'play-off' da NBA (liga principal de basquetebol).
Blake foi gravemente ferido no domingo em Kenosha, no Wisconsin, onde também duas pessoas morreram na noite de terça-feira num eventual ataque feito por um homem branco, que foi filmado por um telemóvel a abrir fogo no meio da uma estrada com uma espingarda semiautomática.
O evento ocorreu quando centenas de pessoas expressaram a sua raiva, pela terceira noite consecutiva, depois de um vídeo ter mostrado o episódio em que Blake foi repetidamente alvejado por um polícia branco.
O agente disparou várias vezes nas costas do afro-americano, de 29 anos, quando este abria a porta de um veículo, onde estavam os seus três filhos menores, o que foi gravado por câmaras de telemóvel de testemunhas. A vítima permanece internada no Hospital Froedtert, em Milwaukee.
O incidente com Blake ocorreu dias depois de protestos muito participados associados à morte de outro afro-americano, George Floyd, sufocado por um polícia branco em Minneapolis (Minnesota) a 25 de maio.
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