Os New England Patriots venceram a 51ª edição do Super Bowl ao derrotarem os Atlanta Falcons por 34-28, depois de terem dado a volta a um resultado que ao intervalo estava fixado em 21-3, a favor dos Falcons. A equipa do 'quarterback' Tom Brady vence assim a sua 5ª final da liga norte-americana de futebol americano, numa partida inédita. Nunca um Super Bowl tinha chegado empatado ao tempo regulamentar, obrigando a um período extra de 15 minutos em formato ‘morte súbita’, ou seja, quem pontuasse vencia.

No NGR Stadium, os Patriots escreveram história, rumo ao seu quinto título, depois de 2002, 2004, 2005 e 2015, já que, na final da Liga norte-americana de futebol americano, nunca uma equipa ganhara após uma desvantagem superior a 10 pontos. Os Patriots, além do título, viram Brady, a estrela da equipa, ser coroado o MVP (jogador mais valioso) do Super Bowl, pela quarta vez na sua carreira.

Adiado o sonho dos Atlanta Falcons  

Os Falcons, que tinham perdido a única final disputada, em 1999, tiveram ‘mão e meia’ no troféu Vince Lombardi, com vantagens ‘gigantescas’ de 21-0 e 28-3, mas, com o jogo ‘perdido’, o veterano Tom Brady, de 39 anos, fez ‘magia’.

Rumo ao seu quinto título, o máximo de um ‘quarterback’, Brady começou a fazer funcionar o ataque dos Patriots, com passes acertados, uns atrás dos outros, para mais uma série de recordes, que lhe valeram o quarto ‘MVP’ (Jogador Mais Valioso’) do ‘Super Bowl’, contra três do ‘mito’ Joe Montana.  O ‘12’ de New England, escolhido apenas na sexta ronda e na 199.ª posição do ‘draft’ de 2000, fez recordes de 43 passes completos, 62 tentados e 466 jardas, dois passes para ‘touchdown’ e uma interceção.

Em ‘grande’, esteve também o ‘running back’ James White, com 14 receções, um recorde do Super Bowl, para 139 jardas, e três ‘touchdowns’, incluindo os dois últimos.

História, fez também Bill Belichick, que se tornou o primeiro treinador a conseguir cinco vitórias no Super Bowl, à sétima presença, outro recorde.

O encontro começou com grande equilíbrio e total supremacia das defesas, que tornaram o primeiro período numa troca de ‘punts’ e deixaram o marcador a zero. O segundo quarto foi completamente diferente, com o jogo a ‘tombar’ para os Falcons com um erro de LeGarrette Blount, que, por ação de Deion Jones, perdeu a bola (‘fumble’), recuperada por Robert Alford. Na sequência, o ‘quarterback’ Matt Ryan começou a carburar e o conjunto de Atlanta chegou ao ‘touchdown’, pelo ‘running back’ Devonta Freeman, numa corrida de cinco jardas. Matt Bryant conseguiu a transformação e fez o 7-0.

Os Patriots acusaram o ‘toque’, perderam rapidamente a bola no ataque seguinte e, em menos de quatro minutos, os Falcons chegaram ao 14-0, agora com um ‘touchdown’ do ‘tight end’ Austin Cooper, após um passe de 19 jardas de Ryan. Brady não encontrava soluções, mas, à custas de faltas da defesa dos Falcons, chegou a posição de pontuar no ataque seguinte, só que, então, Robert Alford intercetou um passe e correu longas 82 jardas para novo ‘touchdown’ (21-0).

A formação de New England estava obrigada a fazer história, mas, até ao intervalo, não conseguiu mais do que um ‘field goal’, graças a um pontapé de Stephen Gotstkowski, que reduziu para 21-3 com dois segundos para jogar na primeira parte.

A bola começou dos Patriots na segunda metade, mas foram os Falcons a aumentar para 28-3, com um passe de seis jardas de Ryan para o ‘touchdown’ de Tevin Coleman. Perante tamanha desvantagem, os Patriots começaram a arriscar tudo e, a 2.06 minutos do final do terceiro período, lograram, finalmente, chegar ao ‘touchdown’ (28-9), num passe de cinco jardas de Brady para James White.

Após 21 conversões consecutivas nos ‘play-off’, Gostkowski falhou, acertando no poste direito, mas, já no quarto período, a 9.44 do final, marcou mais três pontos (28-12). A duas posses de bola (touchdown e conversão de dois pontos), os Patriots reentraram verdadeiramente na corrida ao Super Bowl no ataque seguinte dos Falcons, quando Dont’a Hightower fez Ryan perder a bola, que Alan Branch recuperou.

Num ápice, Brady fez novo passe para ‘touchdown’, desta vez para Danny Amendola. Com 5.56 minutos para jogar, James White converteu a ‘obrigatória’ jogada de dois pontos (28-20).

A bola estava de volta aos Falcons, mas, apesar de uma ‘enorme’ receção de Julio Jones pelo meio e de terem estado em posição de marcar, foram obrigados a novo ‘punt’.

Brady tinha agora 3.30 minutos para completar o ‘milagre’ e, com uma série sensacional de passes, incluindo um para uma receção inacreditável de Edelman, consegui-o. James White logrou o ‘touchdown’ e Amendola converteu os dois pontos.

Os Falcons ainda tinham posse de bola, mas ainda a tiveram de a ‘oferecer’ aos Patriots, que nada conseguiram fazer, mas tinham o prolongamento conquistado e ganharam a ‘moeda ao ar’.

O Super Bowl LI estava à distância de um ‘touchdown’ (bastava consegui-lo na primeira posse de bola) e Brady não perdoou, com James White a selar a sensacional recuperação.

Lady Gaga: Patriotismo, imigração, homossexuais, afroamericanos e latinos

Coube à cantora Lady Gaga a mítica atuação no intervalo da Super Bowl com uma performance que incluiu mensagens patrióticas e referências subtis à integração de diferentes grupos, incluindo os homossexuais, afroamericanos e latinos, mas sem alusões diretas à administração Trump. Foi um concerto em modo grande produção, como já nos habituou o Super Bowl, com jogos de pirotecnia e cerca de 300 ‘drones’.

A estrela da pop tinha prometido um concerto “interessante e emocionante” que teria como únicas mensagens políticas as mesmas que tem defendido durante a sua carreira: a necessidade de igualdade e a ideia de que “o espírito deste país [EUA] é de amor, compaixão e amabilidade”, conforme declarações ao The New York Times.

Numa altura de divisão política nos Estados Unidos, Lady Gaga quis apelar à unidade patriótica, tendo iniciado o concerto com um mix do hino "God Bless America", a canção "This Land Is Your Land" e o juramento de fidelidade à bandeira norte-americana.

A cantora optou por mensagens políticas subtis, como a sua "Born This Way", uma canção em defesa dos homossexuais, e uma breve entoação no início do espetáculo de "This Land Is Your Land", uma ode antifascista escrita em 1940 pelo cantor Woody Guthrie, que se tornou um hino alternativo dos EUA.

Também abraçou uma jovem afroamericana do público enquanto cantava “stay” (fica), o último verso da sua nova canção “Million Reasons”, a qual interpretou ao piano.

O vice-presidente dos EUA, Mike Pence, assistiu ao espetáculo no próprio estádio, em Houston (Texas), enquanto o Presidente, Donald Trump, viu a partida da Super Bowl durante uma festa em West Palm Beach (Florida), onde passou o fim de semana na sua mansão.

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