Tem sido prática anual do Guardian: escolher 60 dos mais promissores futebolistas sub-17. Apelidados os Next Generation, são alguns dos talentos que podem vir a despontar nas lides do futebol mundial ou que já fazem ondas, como é o caso de Gavi, espanhol do FC Barcelona que somou recentemente a sua primeira internacionalização pela seleção espanhola.
Alguns destes craques, como vem sendo hábito, são portugueses. Na seleção feita pelo jornal britânico consta Gonçalo Esteves, do Sporting, e Hugo Félix e André Gomes, ambos do Benfica.
No que toca ao jogador leonino, que no início do ano trocou o FC Porto por Alvalade, é descrito como um "lateral muito ofensivo, tecnicamente dotado e bom no um para um", se bem que necessitando de "ser mais consistente e maduro na sua tomada de decisão". Ainda assim, é "um jogador muito interessante para uma equipa que gosta de atacar".
De realçar que Gonçalo Esteves, apesar de ainda não somar minutos pela equipa principal, já está integrado e à procura da sua estreia. Já o seu irmão, Tomás Esteves, foi um dos eleitos no NextGeneration de 2019, mas tarda em afirmar-se na equipa do FC Porto, tendo sido emprestado na época passada aos ingleses do Reading.
Já no Seixal, o destaque vai para Hugo Félix, irmão de João Félix, com o jornal a destacar o momento em que, atuando como apanha-bolas no Estádio da Luz, pôde abraçar o agora jogador do Atlético de Madrid quando este marcou um golo pelos encarnados. "Agora é a vez de Hugo sonhar em chegar à equipa principal do Benfica, o clube que representa desde 2016", escreve o Guardian, ressalvando que, ao contrário do irmão, "joga mais atrás, como médio ofensivo, mas sempre à procura de oportunidades de golo" e que será difícil seguir as suas pisadas, mas possível, dada a sua "maturidade e a competitividade com que aborda cada jogo".
Também no Benfica é dado o destaque a André Gomes, que tem "todos os atributos chave para ser um excelente guarda-redes", sendo "alto, com uma estatura física impressionante", mas também "ágil, com bons reflexos" e que tem mostrado "o quão bom é a jogar com os pés". "Se conseguir aumentar a consistência nos próximos anos e ultrapassar as dificuldades de transição para o futebol profissional", escreve o Guardian que pode ser um caso sério para o futebol português no futuro.
Tem sido recorrente a presença de talentos portugueses desde a criação desta lista, em 2014, contabilizando-se 14 entradas, ao todo: o ano passado, os eleitos foram Ronaldo Camará, do Benfica, e Joelson Fernandes, do Sporting, que neste mercado de verão foi cedido por dois anos ao Basileia, da Suíça.
Na sua edição inaugural, visando os jogadores nascidos em 1997, foi Rúben Neves o eleito, na altura ainda nas escolas do FC Porto antes de se estrear com Júlen Lopetegui na equipa sénior e de se tornar uma referência nos Wolverhampton com Nuno Espírito Santo. Em 2015, o escolhido para a classe de 1998 foi Pedro Pereira, lateral-direito formado no Benfica que se destacou na Sampdoria. Tendo ainda regressado aos encarnados, a sua estadia em Portugal não foi feliz, regressando a Itália.
Chegando a 2016, este foi o ano onde mais jogadores portugueses foram escolhidos, na altura para a classe de 1999. Ao todo foram três: o avançado José Gomes, formado no Benfica mas que não singrou e foi transferido para os búlgaros do Cherno More; o médio Domingos Quina, que despontou no West Ham e que tarda em afirmar-se no futebol inglês, estando agora no Fulham ao comando de Marco Silva; e o lateral Diogo Dalot, que depois de se sagrar campeão pelo FC Porto, protagonizou uma transferência choruda para o Manchester United.
Em 2017, para a classe de 2000, o eleito foi Pedro Neto, sendo que o médio formado no Sporting de Braga foi comprado pela Lazio, mas está agora no Wolves, tendo ambas as transferências sido feitas lado-a-lado com o seu colega Bruno Jordão. Já em 2018, a distinção da classe de 2001 foi conferida a Úmaro Embaló, sendo que jovem extremo mantém-se na equipa B do Benfica.
Por fim, em 2019, além do já mencionado Tomás Esteves, outro produto do FC Porto foi destacado: Fábio Silva, que na época passada foi vendido por 40 milhões de euros ao Wolves.
Desde a edição de 2016 até a atual, a prospeção de jogadores portugueses tem sido feita por Nuno Travassos, editor do jornal desportivo MaisFutebol. Antes, essa responsabilidade estava a cargo de Vítor Hugo Alvarenga, jornalista do mesmo meio de comunicação.
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