O balneário do Paris Saint-Germain está em ebulição e há quem diga até que Neymar Júnior quer Kylian Mbappé fora do clube. Porquê? Segundo o El País, ao que parece o brasileiro não convive bem com o talento emergente do futebolista francês de 19 anos, e teme que este se intrometa na caminhada para conquistar a sua primeira Bola de Ouro, naquela que se espera que seja a primeira conquista do troféu da era pós Messi-Ronaldo.

Mas o presidente do clube parisiense tem um plano. O seu plano passa por fazer do PSG uma potência mundial de futebol e Neymar é a cara desse projeto. Sendo assim, é preciso fazer uma equação: como manter o extremo brasileiro feliz e a equipa com um alto nível de competitividade? Trocando Mbappé por Philippe Coutinho.

A notícia é revelada por uma fonte próxima do clube francês ao El País, que avança que um membro da secretaria técnica do PSG concebeu uma ideia, que transmitiu a Al-Khelaifi, de duplo efeito: oferecer Mbappé ao Barcelona em troca de dinheiro e de Coutinho, o jogador a quem Neymar apelida de “irmão” e que é o seu melhor amigo no mundo do futebol.

Segundo o diário espanhol, a mesma fonte revela que o presidente do clube da capital francesa recebeu a ideia com interesse, considerando que tal manobra permitiria que o craque brasileiro permanecesse feliz em Paris.

O esforço financeiro feito pelo PSG para contratar Neymar é, por estes dias, só comparável ao esforço que é feito pela direção para manter o plantel unido e concentrar toda a energia numa reviravolta da eliminatória dos oitavos de final da Liga dos Campeõs frente ao Real Madrid, depois da formação parisiense ter sido derrotada por 3-1 no Santiago Bernabéu.

A segunda-mão acontece no dia 6 de março, no Parque dos Príncipes, e terá obrigado Al-Khelaifi a redobrar os seus contactos com executivos, jogadores, fãs e meios de comunicação social com o objetivo de salvar o projeto cujo objetivo, nas palavras do presidente, é mudar o centro da indústria do futebol para Paris.

Contactado pelo El País, o clube depressa se insurge contra qualquer mal estar entre os atacantes do PSG, relembrando que inclusive, em agosto, durante a apresentação de Mbappé, o jovem francês subordinou-se aos desejos de Neymar: “Farei todo o que for possível para ajudá-lo a conseguir vencer a Bola de Ouro”.

Neymar e Coutinho numa sessão de treino da seleção brasileira. créditos: DOUGLAS MAGNO / AFP

No entanto, duas fontes (um funcionário do clube e um titular habitual) afirmam o contrário. As capacidades implantadas por Mbappé em cada jogo e em cada sessão de treino, bem como a sua ambição e autoconfiança, fizeram Neymar começar a colocá-lo debaixo de olho. Um porta-voz do clube garante mesmo que "Neymar teme que Mbappé se intrometa na luta pela Bola de Ouro".

Segundo o mesmo jornal, Mbappé não terá tido a intenção de se colocar à frente de ninguém, mas ao mesmo tempo rejeita que exista uma hierarquia imposta no clube. Aquilo que, aparentemente, era uma pequena fissura, está a começar a tornar-se numa grande brecha. “Se Mbappé é melhor que Neymar, esperamos que não o demonstre”, afirma fonte do clube ao El Pais. Al-Khelaifi sabe desde há vários meses que Neymar quer sentir-se dono da equipa e que a presença de um jovem ambicioso o estorva. O brasileiro terá mesmo dito a terceiros que o jovem francês não respeita o seu estatuto. O presidente sabe, no entanto, que a prioridade tem de passar por conservar Neymar, vendo no craque a personificação do novo status do PSG como uma potência do futebol europeu.

Perante os rumores de instabilidade, Barcelona e Manchester City terão demonstrado interesse perante a situação de Mbappé. Fala-se de um negócio a rondar os 300 milhões de euros, mas caso a transferência se faça para o clube catalão os zeros podem ser menos com a entrada em cena de Coutinho.

O extremo brasileiro é visto como um sonho que pode prender Neymar ao PSG.

Mbappé, de apenas 19 anos, sente-se forte. No balneário do PSG asseguram que os sinais que o enviam para o intimidar chocam contra o seu carácter impenetrável. O jovem avançado não recusa-se a descer à posição de lacaio e vai continuar a reclamar os seus méritos em Paris.