“Chegou ao fim a minha dura caminhada junto da CD Aves - SAD, depois de esgotar todas as vias possíveis (e mesmo impossíveis) para a manutenção desta relação. Por razões de ética profissional, não entrarei em detalhes sobre os assuntos internos que estiveram na base da decisão”, lê-se em comunicado enviado à Lusa pelo técnico.

A saída de Nuno Manta surge quando a SAD dos nortenhos acumula quatro meses seguidos de salários em atraso e falhou em 29 de julho os requisitos de licenciamento das provas profissionais de 2020/21, tendo a Comissão de Auditoria da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) detetado três incumprimentos legais e 13 financeiros.

“Cumpre deixar uma palavra a todos (e não foram poucos!) os que me apoiaram. Antes de mais, agradecer a todos os que, ao meu lado, sacrificaram diária e arduamente as suas vidas pessoais e profissionais para alcançarmos um objetivo que muitos achavam impossível: concluir o campeonato de cabeça levantada”, prossegue a nota.

As sucessivas dívidas salariais por parte da administração liderada pelo chinês Wei Zhao resultaram em 12 rescisões unilaterais de atletas do Desportivo das Aves, que terminou a edição 2019/20 da I Liga na 18.ª e última posição, com 17 pontos, outros tantos abaixo da zona de salvação, consumando a descida à II Liga no relvado, a par do Portimonense.

“Falo dos meus jogadores, da restante equipa técnica, de todos os que, num esforço incomensurável, quase sobre-humano, enfrentaram verdadeiros calvários diários que guardaremos connosco. Obrigado, foram inexcedíveis! Agradecer às gentes e adeptos das Aves pelo incansável apoio. Levá-las-ei comigo no coração”, frisa Nuno Manta.

Os nortenhos dispuseram de três dias úteis para apresentar o recurso nos serviços da Liga de clubes, mas, ao contrário do Vitória de Setúbal, dispensaram a contestação junto do Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), acatando um desfecho que determina a descida por via administrativa ao Campeonato de Portugal.

Nuno Manta Santos, de 42 anos, chegou à Vila das Aves em 13 de novembro de 2019, dois dias após ter rescindido com o Marítimo, para render Leandro Pires, que substituiu de forma interina Augusto Inácio, somando quatro triunfos em 23 jogos e uma despedida atribulada da elite, perante a ameaça da SAD em faltar às últimas duas jornadas.​​​​​​​

“Não posso ainda deixar de agradecer ao presidente António Freitas pela confiança. Foi, de facto, uma luta muito dura e muito diferente do que imaginei e planeei. Sofrida e inevitavelmente algo triste. Contudo, acabou e há que virar a página. O futebol é a minha vida, o relvado é a minha casa e é nele que me continuarão a ver”, finaliza.

A LPFP convidou o Portimonense, 17.º e penúltimo colocado, a manter-se na I Liga e o Cova da Piedade e o Casa Pia a ficarem na II Liga, após terem sido despromovidos pela via administrativa, com o cancelamento daquele escalão devido à pandemia de covid-19.​​​​​​​

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