“Ver estádios quase com metade da capacidade ocupada, em jogos estrangeiros, para os estrangeiros, e os portugueses não podem, às vezes em aglomerações maiores do que se estivessem lá dentro. Mas não se pode esperar mais, quando a responsável da DGS [Direção-Geral da Saúde] veio dizer no início desta maldita pandemia que era uma gripezinha, que dificilmente chegava cá, quando depois foi à TV aconselhar que ninguém usasse máscara. (...) Deixava um conselho ao senhor primeiro-ministro António Costa: demitam-nos e, se não é capaz, demita-se o senhor", concluiu.
Antes do início do encontro de basquetebol entre FC Porto e Sporting, Pinto da Costa lamentou o facto de o acesso dos adeptos aos estádios e pavilhões continuar vedado, apesar de no sábado perto de 15 mil adeptos terem assistido, no Estádio do Dragão, à final da Liga dos Campeões, entre Chelsea e Manchester City (1-0).
"É uma tristeza, um jogo importante que merecia casa cheia e está vazia. Temos as bancadas sós, sem qualquer pessoa, o que é lamentável e incompreensível. Ontem [sábado], tive a oportunidade de dizer ao senhor ministro da Educação que eles estavam a ser os coveiros do desporto português e, mais do que coveiros, estão a dar um exemplo de - vou ser aqui muito moderado - um exemplo de cretinice", disse o líder do clube, em declarações ao Porto Canal.
O presidente dos ‘dragões’ revelou mais sobre a conversa com o ministro Tiago Brandão Rodrigues.
"Perguntei ao senhor ministro se ele compreendia como é que um jogo decisivo do basquetebol não podia ter ninguém a assistir e ontem [sábado] e anteontem [sexta-feira], no Pavilhão Rosa Mota, que é um recinto fechado, estiveram 2.500 pessoas aglomeradas, a maioria sem máscara, a ver um espetáculo de música. Ele não me soube responder”, revelou.
Pinto da Costa exemplificou ainda com a realização da final da Liga dos Campeões, no sábado, no estádio do clube portuense, "com público inglês, que é tendencialmente perigoso".
"É lamentável. Houve uma final da Liga dos Campeões onde foi possível ter gente, com dois clubes ingleses, com público inglês, que é tendencialmente perigoso, e onde não houve o mínimo incidente no estádio. Houve ordem, disciplina, máscara, distanciamento, foi tudo correto. Houve incidentes na Baixa, como houve em Albufeira, à mesma hora, e houve em todos os sítios quando há grandes aglomerados e se abusa do álcool. Mas da parte do Governo há um atestado de mediocridade ao povo português, porque os estrangeiros podem vir para aqui para os nossos estádios, mais de 15.000 pessoas, mas se forem portugueses não pode vir ninguém", criticou.
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