“Esta academia é um sonho de há muitos anos e uma promessa de há quatro. É ridículo quando se diz que isto devia ser adiado e que é um trunfo eleitoral. Não, isto é um trunfo do FC Porto para ser cada vez melhor na promoção e formação de jogadores”, apontou.
A maqueta da obra foi explanada no Estádio do Dragão, no Porto, dois dias depois de a Assembleia Municipal da Maia ter ratificado a venda pelo valor base de 3,36 milhões de euros (ME) de 18 parcelas englobadas no projeto do Parque Metropolitano da Maia, que têm 140.625 metros quadrados e são desejadas pelo FC Porto para erguer a academia.
“Há anos que o clube procura um projeto em condições para servir as suas ambições na formação. Finalmente, chegámos a essa situação, até porque convergiram muitas boas vontades. A nossa administração contactou há mais de dois anos a Câmara Municipal da Maia, que entendeu a importância económica, de imagem e social de um projeto desta dimensão e que nos acolheu de braços abertos”, explicou o administrador financeiro da SAD, Fernando Gomes, que revelou estar de saída daquele cargo no final do mandato.
Em 18 de março, o executivo daquele município limítrofe do Porto já tinha aprovado por maioria dos terrenos, que estão localizados nas freguesias de Nogueira e Silva Escura e de São Pedro Fins, sendo que a hasta pública foi publicada em Diário da República na terça-feira, ao qual se vai seguir um período de 20 dias para a apresentação de ofertas.
O projeto dispersa-se por quase 23 hectares, dos quais 9,3 pertencem à empresa ABB, junto da qual o FC Porto adjudicou por 6,89 ME um “movimento de terraplanagem”, que está em andamento e vai preparando o terreno para as etapas seguintes da empreitada.
“Muito dificilmente isto será inviabilizado. Há uma hasta pública da Câmara Municipal da Maia para vender 13 hectares para um projeto de uma infraestrutura desportiva. Não me parece que haja alguém que queira licitar um terreno só para prejudicar o FC Porto e o arranque desta operação e para ficar com metade do terreno”, avaliou Fernando Gomes.
A academia está a cargo do arquiteto Manuel Salgado, autor dos projetos do Estádio do Dragão e do Dragão Arena, que participou na sessão com o homólogo Nuno Lourenço e estimou custos totais de 40 ME, montante que o administrador assume estar financiado.
“Conseguiu-se um financiamento, que permitirá pagar mensalmente a tempo e horas os autos de medição. Em seis anos, esse financiamento vai estar pago. Estamos tranquilos nesse sentido”, observou, admitindo que as diligências tiveram “várias vicissitudes”, mas aceleraram desde que Pinto da Costa definiu o lançamento da academia como uma das três condições para se recandidatar à presidência ‘azul e branca’ nas próximas eleições.
Além da Casa do Dragão e de um centro de formação, o projeto engloba um mini-estádio para acolher partidas da II Liga e dos escalões de formação, com cerca de 2.500 lugares cobertos, mais nove campos relvados de dimensões oficiais e um para o futebol de sete.
“Para mim, 2.566 títulos é pouco. Há que ganhar cada vez mais e, para tal, este projeto é fundamental. Estou feliz pelos dirigentes, treinadores e jovens, que nos dão tantos títulos em condições muito precárias. Espero que nasça aqui hoje uma fase em que o FC Porto continue a ser pioneiro na formação de grandes atletas”, apelou o líder máximo do clube.
Detentor de 15 mandatos seguidos e dirigente com mais títulos e longevidade do futebol mundial, Pinto de Costa concorrerá à presidência do FC Porto com André Villas-Boas, ex-treinador da equipa de futebol, e o empresário Nuno Lobo, candidato derrotado em 2020, nas eleições do clube, que vão decorrer em 27 de abril, no Estádio do Dragão, no Porto.
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