A Polícia Judiciária (PJ) deteve hoje quatro pessoas durante buscas realizadas na SAD do Sporting, em Alvalade (Lisboa), por “suspeitas de corrupção ativa”.
Em comunicado, a PJ adianta que a operação ‘Cashball’ envolveu 40 elementos da PJ e incluiu uma dezena de buscas domiciliárias e num clube desportivo (Sporting).
Os quatro detidos, que o Correio da Manhã identifica como sendo Paulo Silva, João Gonçalves, Gonçalo Rodrigues e André Geraldes, diretor desportivo do futebol do Sporting.
Os detidos serão agora presentes ao juiz de instrução para aplicação de medidas de coação.
O inquérito da operação ‘Cashball’é dirigido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal do Porto. A TVI acrescenta que estas buscas e o processo em investigação no DIAP do Porto envolve não apenas campeonato de andebol, mas também o de futebol.
No que diz respeito ao andebol, em causa estão alegadas irregularidades cometidas para favorecer os ‘leões’ na época 2016/17, quando conquistou o título de campeão nacional, após 16 anos de jejum.
Na sequência da notícia do Correio da Manhã, a Federação de Andebol de Portugal (FAP) anunciou a denúncia deste caso ao Ministério Público (MP), que já tinha confirmado a existência de "um inquérito relacionado com a matéria" e dirigido pelo MP do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Porto.
Segundo o jornal, o alegado esquema de corrupção no andebol envolvia "a compra de equipas de arbitragem, quer para os ‘leões’ ganharem, quer para o FC Porto, com o qual disputaram o campeonato até ao fim, perder" e abrangeu a época de 2016/17.
O Correio da Manhã cita conversas e trocas de mensagens de voz entre empresários, na aplicação da internet WhatsApp, e que segundo o jornal "mostram como André Geraldes, hoje diretor de futebol do Sporting, coordenava toda a batota".
O jornal publica ainda uma entrevista com o empresário Paulo Silva, alegadamente intermediário em todo o esquema, que fala em "fraude nas modalidades", confessa ter alinhado no esquema de corrupção "ao serviço do seu clube do coração [Sporting]" e diz que recebia 350 euros por cada árbitro de andebol que corrompia.
O Sporting abriu entretanto um processo de inquérito ao funcionário do gabinete de apoio ao atleta Gonçalo Rodrigues, que alegadamente está envolvido num esquema.
Fonte oficial avançou à Lusa que “a administração chamou o funcionário Gonçalo Rodrigues, em função das notícias veiculadas hoje pelo Correio da Manhã, sobre o seu alegado envolvimento neste caso, que respondeu que nada tinha feito, estava de consciência absolutamente tranquila”.
“A administração decidiu abrir um processo de inquérito para apurar qual o seu envolvimento no que veio publicado no Correio da Manhã. Na sequência disso, Gonçalo Rodrigues autossuspendeu-se de funções enquanto durar o processo de inquérito”, prosseguiu a mesma fonte ‘leonina’.
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