A partida entre a Inglaterra e o Irão, da primeira jornada do Grupo B, que os europeus venceram por 6-2, teve o maior tempo de compensação da história do torneio (29 minutos), equivalente a um prolongamento, se forem contabilizados os 15 minutos concedidos pelo árbitro na primeira parte e os 14 na segunda.
A sensacional vitória conquistada hoje pela Arábia Saudita sobre a Argentina, por 2-1, no arranque da ‘poule’ C, só foi celebrada pelos sauditas após 111 minutos de jogo, uma vez que foram disputados sete minutos de ‘descontos’ antes do intervalo e 14 no final, segundo a informação divulgada no sítio oficial na FIFA na Internet.
O italiano Pierluigi Collina, antigo árbitro internacional e atual presidente do Comité de Arbitragem da FIFA, já tinha advertido que o “respeito pelos espetadores e telespetadores” levaria o organismo regulador do futebol mundial a tomar medidas drásticas na prova que decorre no Qatar, até 18 de dezembro.
“Queremos evitar que os jogos tenham 42, 43, 44 minutos de tempo útil. Por isso, o tempo utilizado para efetuar substituições, marcação de grandes penalidades, festejos de golos, assistência médica e para recorrer ao VAR deve ser devidamente compensado”, observou.
O resultado da nova abordagem traduziu-se num tempo invulgar de compensação nos seis encontros já realizados no Mundial2022, com todos a ultrapassarem os 100 minutos (10 acima dos 90 regulamentares) e o de abertura, entre o anfitrião Qatar e o Equador (0-2), a ser o mais comedido, com 12 minutos totais de ‘descontos’.
No Estados Unidos-País de Gales (1-1), os jogadores tiveram de se aplicar durante mais 15 minutos e no Senegal-Países Baixos (0-2) mais 14 – ambos com 11 extra na segunda parte -, enquanto o embate de hoje entre Dinamarca e Tunísia (0-0) se prolongou por mais 13 minutos.
“É preciso pensar da seguinte forma: se foram marcados três golos durante uma parte, provavelmente, perder-se-ão quatro ou cinco minutos nos festejos até que o jogo seja retomado”, explicou Collina, advertindo que “esse tempo tem de ser compensado”.
O aumento substancial do tempo atribuído pelos árbitros para compensar interrupções durante as partidas do Mundial2022 vai agravar o desgaste dos jogadores, numa prova disputada pela primeira vez a meio da época e com uma elevada concentração de jogos num curto espaço de tempo.
A condição física dos atletas poderá ser posta à prova de forma ainda mais extrema após a conclusão da fase de grupos, quando as eliminatórias trouxerem consigo a possibilidade de se disputarem prolongamentos ‘verdadeiros’ e até desempates por grandes penalidades.
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