O Liverpool é a equipa do momento na Premier League, muito por culpa da fantástica prestação do seu quarteto defensivo. Se, até ver, passaram com distinção todos os testes a que foram submetidos, o próximo desafio envolve um esforço e dedicação para lá do habitual (e não dependerá, com toda a certeza, apenas da defesa). Terá de envolver um esforço conjunto e todos os pormenores farão a diferença.

Ainda assim, nesta temporada, o Liverpool parece estar mais preparado para o calendário inglês em conjunto com a Liga dos Campeões e as demais competições.

Aquele que é um calendário de sonho, mas apenas para os adeptos, vem cedo na época. Com certeza que Jurgen Klopp gostaria de ‘baralhar e voltar a dar’, mas, não sendo possível, o Liverpool terá que começar a sua campanha na Liga dos Campeões à altura da época anterior - recorde-se que chegou à final - mas sem perder de vista aquele que me parece ser o principal objetivo: lutar pelo título inglês.

Vejamos quem terá o Liverpool pela frente nas próximas sete partidas.

Um mês louco que responderá a muitas questões sobre esta equipa dos Reds.

A razão pela qual o Liverpool parece ser um verdadeiro candidato ao título tem a ver com a melhoria significativa do seu onze inicial. Mas não só. Ao reforçar-se ao mesmo tempo que não vendeu jogadores, acabou por melhorar o plantel, tendo à disposição melhores jogadores vindos do banco de suplentes, o que é um dos principais fatores quando o calendário ‘aperta’.

Tendo em conta que, não há muito tempo, dez elementos da equipa alternativa eram utilizados no onze base com grande regularidade, o progresso e o aumento de qualidade do conjunto é notório. Não tendo as alternativas capacidade para lutar pelo título em Inglaterra, é ainda assim um excelente leque de opções caso três, quatro jogadores, numa situação de emergência, tenham que entrar no onze. O detalhe na reformulação do plantel ainda antes da saída de Philippe Coutinho para o Barcelona (no mercado de inverno da temporada passada) é notável e vai, à falta de conhecimento de quem poderá estar também por detrás desta restruturação, inteirinha para Jurgen Klopp.

Um ponto muito importante nas equipas apresentadas acima: Fabinho será, muito provavelmente, titular brevemente. Existem algumas questões sobre em que posição, e quem substituirá, já que o brasileiro tem a capacidade de se adaptar com facilidade e já fez a posição de defesa-direito, apesar de o centro do meio campo ser onde atua com maior rendimento.

Dadas as prestações do quarteto defensivo e de Trent Alexander-Arnold em particular, não é crível que Klopp venha a mexer na estrutura defensiva. Assim sendo sairá do onze aquele que é, muito provavelmente, o elo mais fraco, James Milner, o capitão. Uma decisão muito complicada e extremamente interessante de observar. Veremos o que fará Klopp.

“Quem quer passar além do Bojador, tem que passar além da dor”.

À semelhança do que disse Fernando Pessoa, não só para ser um forte candidato, mas também para entrar na história da Premier League, o Liverpool terá que passar por muitas dificuldades, para continuar na frente no final destas três semanas. Ainda que o impacto destes jogos no que resta da época possa não ser decisivo, esta poderá ainda assim ser uma forma de percebermos se este Liverpool estará, ou não, equipado para lutar por todas as competições, ou se começará a selecionar prioridades desde cedo.

Com um calendário, a curto prazo, cheio de dificuldade, será quase impossível ao Liverpool manter a sequência de vitórias. O que terá que fazer para entrar na história da Premier League e tornar-se no clube com mais vitórias consecutivas no início de temporada? Seguir o exemplo do Chelsea de Mourinho, em 2005.

Chelsea 2005/06 - 9 vitórias seguidas no início de temporada

Percurso: Wigan (0-1); Arsenal (1-0); West Brom (4-0); Tottenham (0-2); Sunderland (2-0); Charlton (0-2); Aston Villa (2-1); Liverpool (1-4); Bolton (5-1).

Quem parou esta formidável campanha: Everton (1-1) em Goodison Park, terreno da equipa de Liverpool.

Onde terminaram a temporada: Campeões.

Uma curiosidade: Luke Moore, à sétima jornada apenas, foi o primeiro a conseguir marcar um golo ao Chelsea. Desde o começo da Premier League até ao golo do jogador do Aston Villa, passaram-se 641 minutos. Impressionante(!).

O gigante adormecido Liverpool tudo está a fazer para acordar de um sono profundo. Com uma das maiores e mais interessantes massas de adeptos em todo o campeonato inglês, esta máquina demolidora que o alemão está a fazer renascer das cinzas poderá, a curto prazo, voltar a ser um dos mais temidos gigantes europeus. Será que irá mesmo acontecer? A concorrência dentro e fora da Premier League não poderia ser de maior qualidade, vivemos em tempos de clubes ricos e poderosos e nenhum quererá ser testemunha de um Liverpool vencedor.

O que quer que aconteça, só existe uma certeza: o Liverpool 'nunca caminhará sozinho’.

Curiosamente o jogo dos Reds deste fim-de-semana é contra uma equipa que, apesar de não ter o histórico e o poderio do Liverpool, é também ela uma equipa à beira de dar um salto. Desde há três anos que o Tottenham parece querer dar um salto competitivo mas, talvez por não ter o poderio financeiro e estrutural de uma equipa como os Reds, ainda não conseguiu. Dentro do campo e durante noventa minutos já percebemos que o Tottenham é extremamente perigoso e teremos o prazer de ver um jogo que promete não deixar ninguém insatisfeito.

Fica no ar, até amanhã, se o jogo reflete o crescimento e o poder do Liverpool, ou se o Tottenham consegue impôr a qualidade que já provou ter, mas cuja regularidade ainda não existe.

Esta semana na Premier League

Obviamente que a partida em destaque é o jogo de abertura da jornada, que opõe o Tottenham ao Liverpool no sábado, dia 15, pelas 12h30. Ainda assim, há que realçar outro embate a ocorrer nesta mesma jornada: a visita do Manchester United a o campo do Watford (sendo que o conjunto de Mourinho soma apenas metade dos pontos da equipa do norte de Londres!).

Com um plantel super motivado com a conquista do prémio de treinador do mês por parte de Javier Garcia, este é outro jogo a não perder no fim de semana de regresso da Premier League, após paragem para encontros internacionais.

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