PFA - Associação de Jogadores Profissionais de Futebol
Com a sua quadragésima sexta edição à porta, a realizar-se este domingo, dia 28 de abril, celebra-se mais um ano de futebol fantástico, de emoção, de revelações e principalmente do espírito ímpar que a Premier League nos traz a cada semana.
Tendo inaugurado a sua entrega de prémios na longínqua época de 1973-74, a Equipa do Ano, a par com o Jogador do Ano, são os prémios mais antecipados da cerimónia. O prémio de Equipa do Ano distingue 55 jogadores e jogadoras, ou seja cinco onzes, das 5 principais ligas do futebol inglês, sendo elas a Premier League, Championship, League One, League Two e também, desde a sua criação em 2011, a FA WSL - Football Association Women’s Super League.
Nas quarenta e cinco edições anteriores, o jogador com mais presenças em Equipas do Ano é Kenny Sansom. Tendo jogado em clubes como o Crystal Palace, Arsenal, Everton, Watford, Queens Park Rangers e Newcastle United nas décadas de 60, 70 e 80, Sansom foi eleito, em mais que uma divisão, num total de onze vezes, fazendo dele o jogador com mais presenças de sempre no onze da PFA. Muito perto do mesmo, temos o lendário guarda-redes Peter Shilton. Com uma carreira que começou em 1966 e terminou, imagine-se, em 1997, Shilton é o jogador que detém o maior número de presenças no onze da Equipa do Ano da PFA, apenas na liga de topo do futebol inglês, com um total de 10 presenças. Em nota de curiosidade e de forma a acompanhar esse recorde, Shilton é também o jogador com mais internacionalizações por Inglaterra, com 125 chamadas à seleção dos três leões, e é também o jogador, a nível mundial, com mais presenças em jogos competitivos. De acordo com a IFFHS - International Federation of Football History & Statistics, Peter Shilton jogou um total de 1390 (!) jogos na sua carreira como profissional.
Por fim, o jogador com mais presenças no onze anual da PFA, desde a formação da Premier League, em 1992, é Steven Gerrard, com oito presenças nas suas dezassete épocas ao serviço do Liverpool, o único clube que representou em solo inglês.
Onze da Equipa do Ano e as suas diversas possibilidades
Confesso ter simpatia pela maioria das escolhas, sendo que se um ou dois nomes não fizessem parte da mesma não seria um choque. Todavia, há que, antes de mais, falar sobre o ‘elefante na sala’. Se dos outros dez jogadores pouco ou nada haverá a dizer, sobre Paul Pogba, também não haverá muito a dizer... mas, neste caso, a favor da sua escolha. Por muito que Pogba tenha feito uma segunda parte da época muito acima da primeira, só isso devia ser motivo para não estar presente. A falta de consistência do médio, em conjunto com a sua falta de motivação e determinação em muitos jogos da época, deveria ser suficiente para eliminar a sua escolha.
Para a posição do médio do United muitas poderiam ter sido as escolhas. Para começar, David Silva. O espanhol fez outra época de luxo ao serviço do Manchester City, a nona já agora. Sem Pogba e com Silva o onze da temporada seria apenas formado pelos dois clubes a disputar o título. E se assim fosse, Georginio Wijnaldum poderia ser outro nome a fazer parte do mesmo, ao invés do do francês. Ainda assim, e caso não quiséssemos que ambos os clubes dominassem na totalidade as escolhas, tínhamos ainda Eden Hazard, Christian Eriksen, James Maddison, Son Heung-min, entre outros.
A minha preferência, apesar da consistência dos médios do Tottenham que apresentei ou mesmo de Wijnaldum, iria para James Maddison. O médio criativo do Leicester é um dos jogadores a ter em conta para o mercado de transferências que se segue. Tendo jogado em diversas posições no meio campo do Leicester City ao longo da temporada, sem nunca baixar de rendimento, o jovem internacional sub-21 inglês é um fortíssimo candidato a uma transferência milionária já este verão. É o jogador que mais chances de golo criou (94) em toda a Premier League e, só ele, participou diretamente em trezes golos, com sete golos e seis assistências. Estando nós a falar de uma equipa como o Leicester City, estes números ganham outra dimensão.
Além dos nomes referidos acima, vale a pena realçar outra mão cheia de jogadores que fizeram uma excelente época e que poderão ter passado despercebidos por uma razão ou por outra. São eles: Ben Foster; Declan Rice; Lucas Digne; Wilfred Ndidi e Dwight McNeil.
Além destes cinco, gostaria de realçar outros dois que, apesar da excelente época a razão pela qual não estão na Equipa do Ano é devido à fortíssima concorrência para o lugar dos laterais do Liverpool, e uma das principais razões para os Reds terem feito a época que fizeram.
Ben Chilwell
Tendo já sido escolha de Gareth Southgate por seis vezes para a posição de lateral esquerdo da equipa A inglesa, Chilwell é, assim como Maddison, um dos principais responsáveis pela excelente época feita pelo Leicester City. Com assistências em jogos cruciais da época, com uma capacidade de subir e descer no terreno como poucos laterais e com uma determinação ímpar, Chilwell é já, com apenas 22 anos, uma das certezas do futebol inglês e da Premier League.
Aaron Wan-Bissaka
Outro lateral, mas desta feita, direito, o jovem jogador do Crystal Palace está a fazer as delícias de quem gosta de rumores. Apontado já como forte candidato ao lugar de lateral direito do Manchester United 2019-20, o jogador de apenas 21 anos é o lateral com mais bolas disputadas ganhas (120) e apresenta um número incrível para um lateral, principalmente de equipa menos competitiva. Wan-Bissaka foi apenas ultrapassado umas escassas nove vezes em toda a época, nove! Impressionante para um jogador que defende as cores do décimo segundo classificado.
Melhor Jogador do Ano
De todos os jogadores mencionados, todos eles poderiam, de uma forma ou de outra, fazer parte da lista para o outro grande prémio da PFA, o melhor jogador do ano. Muita é a expectativa para perceber quem irá suceder a Mohamed Salah. Até certa altura da época a minha escolha pessoal era o português Bernardo Silva, por uma margem muito pequena em comparação aos outros dois grandes candidatos. Apesar dos seis jogadores nomeados, parece-me que o prémio ficará, quase de certeza nas mãos de um destes três jogadores: Bernardo Silva, Raheem Sterling ou Virgil van Dijk. Os restantes na lista de nomeados são Sadio Mane, Eden Hazard e Sergio Agüero.
Esta semana na Premier League
Além da cerimónia de entrega de prémios no domingo à noite, este é o fim de semana em que se vê ser disputada a antepenúltima jornada da Premier League. A emoção está ao rubro, mas, tendo o Manchester City sido eliminado da Liga dos Campeões e tendo ultrapassado aquele que, em teoria, seria o seu maior obstáculo na corrida pelo título, o Manchester United, as dúvidas parecem começar a dissipar-se. Ainda assim, todas as atenções estarão viradas para o Liverpool vs. Huddersfield, a disputar-se já hoje, dia 26 de abril pelas 20h e, no domingo, dia 28 pelas 14:05 quando o Manchester City visitar o Burnley.
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