O formato da competição muda, os anos passam, mas uma das seleções, a Geórgia, continua a estar (quase) sempre presente na hora de discutir o troféu europeu do antigo Torneio das Seis Nações “B”.

As seleções portuguesas e georgianas disputam hoje (19h00), em Badajoz, Estádio Nuevo Vivero, a Grande Final do Rugby Europe Championship 2023 (REC), num ano de estreia do novo formato da principal competição europeia de seleções (o Torneio das Seis Nações é uma prova fechada), este ano alargado a oito equipas, fase de grupos, meias-finais e final.

Para chegar à cidade do outro lado da fronteira, com Elvas à vista, Portugal venceu o Grupo B com vitórias sobre Bélgica (54-17), Polónia (65-3) e Roménia (38-20), antes de afastar a Espanha (27-10), nas meias-finais.

A nação do Cáucaso terminou em primeiro lugar no Grupo A ao derrotar a Alemanha (75-12), Países Baixos (40-8) e Espanha (41-3). Superou a Roménia (31-7) nas meias-finais.

Os lelos apresentam-se na hora de levantar a “taça” com um portefólio quase imaculado nesta competição europeia disputada desde 2000. A todo-poderosa seleção de râguebi da Geórgia (12.º do ranking mundial), leva para dentro de campo 14 títulos na antiga “Seis Nações B”, é pentacampeã, venceu 11 das últimas 12 edições (ou 13 em 15), reina a seu bel-prazer desde 2008 e permanece imbatível nos últimos 26 jogos no REC (derrota em 2017, frente à Roménia).

Do outro lado do relvado, 23 lobos procuram repetir a história de 2004, única vez em que conseguiram intrometer-se no bolo dividido pelas duas seleções do leste da Europa: Geórgia (14) e Roménia (5) títulos.

O peso da história entre as duas nações pende claramente para a favorita Geórgia. Se olharmos para os números do duelo iniciado em 1997 (uma vitória 21-17, na estreia, em Lisboa), só em quatro ocasiões Portugal venceu a Geórgia (1997, 2003, 2004 e 2005). A última, no longínquo mês de fevereiro de 2005 (18-14).

No entanto, se recuarmos um ano, a 6 de fevereiro, os lobos de Patrice Lagisquet, arrancaram um empate (25-25), em Tbilisi, no REC 2021-2022, competição bianual que serviu de apuramento para o campeonato do mundo de râguebi, França 2023.

Os dados estatísticos estão em cima da mesa e (pesam) nos ombros de quem hoje entrará em campo, seja para escrever uma página histórica para um dos lados, ou acrescentar mais uma linha na longa história de títulos, no outro.

Um duelo teste para o Mundial. Geórgia na máxima força, Portugal com baixas de peso

Em ano de mundial, o encontro ganha ainda uma importância acrescida. Um encontro cujo tónico psicológico poderá vir ao de cima para o encontro da fase de grupos do Mundial de França 2023, quando as duas seleções se defrontarem na fase de grupos, em Toulouse, a 23 de setembro.

Na antevisão, Patrice Lagisquet, selecionador de Portugal, reconhece, em declarações à Rugby Europe, favoritismo a uma Geórgia que se apresentará na máxima força. “Este jogo é importante porque veremos a que nível estamos após a qualificação para o Mundial de Râguebi França 2023. A Geórgia é realmente a melhor equipa a este nível e vai ajudar-nos a saber se o nosso nível é bom o suficiente”, disse.

Lagisquet saca números recentes da seleção portuguesa que podem servir de bálsamo de confiança. “Ganhámos a este nível à Espanha (27-10, meias-finais) e à Roménia (38-20, na fase de grupos)”, recordou ao Sapo24. “Agora, é a final. E quando jogamos uma competição, jogamos para ganhar”, sublinhou.

Do lado georgiano, Levan Maisashvili, selecionador foi claro na antevisão feita à Rugby Europe: “A final é um jogo único que aumenta a tensão. Qualquer erro aqui sai caro e precisamos de atenção máxima”, destacou.

“Vamos jogar contra Portugal no campeonato do mundo, mas ainda falta muito. Além disso, este é um jogo para um título, é nele que estamos focados e devemos fazer o nosso melhor”, frisou.

Incerteza do resultado à parte, o responsável máximo dos lobos tem umas certezas que podem jogar contra Portugal. Para além dos lesionados Nuno Sousa Guedes e Raffaele Storti, ambos no jogo das meias diante a Espanha, Antony Alves e Samuel Marques não conseguiram autorizações dos clubes, Rafael Simões não foi dispensado do trabalho. A última má notícia para Patrice Lagisquet e Portugal é a ausência de Rodrigo Marta, o recordista português de ensaios (26), por doença.

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