“É sempre a mesma desculpa, mas se pensamos no primeiro dia sabemos que, provavelmente, vamos perder muito tempo nos outros dias. Este rali é difícil de ganhar, mas nada é impossível”, afirmou Ogier, na véspera do arranque da sexta prova do campeonato do mundo.
O francês, vencedor em Portugal em 2010, 2011, 2013 e 2014, lidera o Mundial, com 16 pontos de vantagem sobre o finlandês Jari-Matti Latvala (Toyota Yaris) e 18 sobre o belga Thierry Neuville (Hyundai i20), que venceu as últimas duas provas, em França e na Argentina.
“Não estou mal, senti conforto no carro na Argentina, mas não andei rápido o suficiente, estamos a tentar acertar nas afinações. Antes da Argentina mudámos bastante e pareceu bem nos treinos, mas não foi suficiente na corrida, agora espero que esteja melhor”, explicou Ogier, recordando a única das cinco provas de 2017 em que falhou o pódio.
Sem pensar no recorde de cinco vitórias em Portugal do finlandês Markku Alen, Ogier, que venceu em Monte Carlo a prova de abertura da temporada, voltou a lamentar ser o primeiro a partir nos dois primeiros dias, na quinta-feira, na superespecial de Lousada, e na sexta-feira, para a primeira etapa.
“Penso que continua a ser muito difícil, é um pouco menos do que no passado [quando o líder do Mundial partia em primeiro nas duas primeiras etapas], mas um dia continua a ser complicado, porque os carros e os pilotos estão a andar a ritmos muito parecidos. Mas, se queremos pensar no campeonato, temos de lutar com os que andam perto de ti”, frisou o gaulês.
Igualmente pragmático, Latvala, vencedor em 2017 do rali da Suécia, apontou como objetivo terminar no pódio o Rali de Portugal, que já conquistou em 2015, para poder aproximar-se do topo da classificação de pilotos.
“Estou em segundo, estou muito contente com este início de época. Consegui dois pódios e depois bons resultados que não foram suficientes para chegar ao pódio. Aqui, se conseguir chegar ao pódio e colocar alguma pressão no Sébastien [Ogier] será sempre bom, mas temos de ter em atenção que o Thierry Neuville tem sido o mais rápido e está a apenas dois pontos de mim”, referiu.
Na sua antevisão da competição, o finlandês encontrou ainda outros candidatos ao triunfo, no domingo, para justificar a sua ambição: “Vai ser uma competição apertada, porque o Kris Meeke (Citroën C3), o Ott Tänak (Ford Fiesta RS) e o Elfyn Evans (Ford Fiesta RS) também vão querer ganhar, por isso, chegar ao pódio já vai ser um bom rali”.
À procura da terceira vitória consecutiva, Neuville também apresentou a sua candidatura a um lugar de honra.
“Tenho a certeza que podemos estar no pódio. Vais ser duro, o Kris Meeke e o Hayden Paddon também vão andar muito rápido. Penso que uma vitória não vai ser possível, mas um pódio sim. Sinto-me bem, estou contente com a equipa e tenho conseguido bons resultados, mas, se quero ser campeão tenho de me sentir ainda melhor. O Ogier é difícil de bater, mas todos estamos a melhorar, acho que é possível chegar perto dele, desde que não cometa erros”, explicou Neuville.
O britânico Kris Meeke, detentor do título em Portugal, venceu no México, mas abandonou na Córsega, com problemas mecânicos, e sofreu dois acidentes na Argentina, apresentou-se, cautelosamente, como candidato a disputar o triunfo.
“Tenho de ver como corre, demos passos no caminho certo nos testes e eu sinto-me sempre confiante para andar rápido, mas tenho de sentir o carro. É um cenário difícil, têm sido tantas coisas esta época, mas tenho de acelerar, ver como corre e aprender a não ficar frustrado”, salientou Meeke.
O atual nono da classificação de pilotos assegurou “confiança” para enfrentar “um cenário diferente do sentido no ano passado”, remetendo “certezas para domingo à tarde”.
A 51.ª edição do Rali de Portugal, que vai ser disputada entre quinta-feira e domingo, arranca com uma superespecial de 3,36 quilómetros na pista de ralicrosse de Lousada, a partir das 19:03.
A prova vai ter um total de 349,17 quilómetros cronometrados, divididos por 19 classificativas.
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