Cristiano Ronaldo

O presidente do Sporting, Frederico Varandas, disse na terça-feira que o regresso de Cristiano Ronaldo ao clube de Alvalade nunca foi hipótese e disse ainda não entender o critério das convocatórias da seleção portuguesa de futebol.

Questionado em entrevista à RTP3 sobre se o regresso do capitão da seleção ao clube foi ‘vetado’ pelo treinador, Ruben Amomrim, o líder dos ‘leões’ recusou “alimentar o ruído e a novela” em torno de 'CR7' e foi taxativo na resposta.

“Claro que não! Não só não vetou, como nunca sequer foi assunto, nunca esteve em cima da mesa. Até hoje, nunca existiu essa conversa entre mim, Hugo Viana e Ruben Amorim. Sei que isso vende muito, mas não existiu nada”, ripostou Frederico Varandas.

O presidente 'leonino', no entanto, considerou que o capitão da seleção é “um dos melhores jogadores da história do futebol mundial” e que “será sempre a bandeira da formação do Sporting”, mas recusou abordar o assunto “por respeito ao Cristiano Ronaldo, ao Manchester United e à seleção nacional”, onde “precisa de estar bem”.

A convocatória de Fernando Santos para o Mundial 2022

Pela primeira vez na história, a seleção portuguesa vai disputar um Mundial sem qualquer jogador do Sporting na convocatória, um critério que Frederico Varandas atribui exclusivamente às opções de Fernando Santos e diz não compreender.

“Para mim é importante respeitar a decisão de uma pessoa, mas uma decisão que eu não consigo concordar. Não consigo concordar como não estão dois jogadores do Sporting na seleção”, assumiu Frederico Varandas, antes de enumerar os números de jogos, golos, assistências e outros dados estatísticos do defesa Gonçalo Inácio e do avançado Pedro Gonçalves.

De resto, não quis comentar a convocatória do defesa do Benfica, António Silva, de apenas 19 anos, por não ter interesse em “falar dos outros”, mas comparou a situação de João Mário na seleção, médio dos ‘encarnados’ formado no Sporting e que se transferiu para o rival em 2021, após uma época nos ‘leões’ por empréstimo do Inter Milão.

“Tem havido um critério que não percebo. Em 2020, o Sporting garante o empréstimo de João Mário, que não ia à seleção há dois anos. É titular toda a época, campeão nacional, ganha a Taça da Liga, nunca foi chamado. Em julho muda de clube, no final de agosto é convocado”, exemplificou.

Ainda assim, Varandas manifestou total apoio à equipa orientada por Fernando Santos e vontade de ver Portugal a triunfar no Qatar.

“Se enquanto presidente do Sporting gosto de ver isto? Não! Tem a ver com as opções do selecionador nacional, mas não gosto, não acho justo. Se quero que a seleção ganhe, claro que sim”, concluiu Frederico Varandas.

Rúben Amorim

“O Sporting tem o privilégio de ter um dos melhores treinadores do mundo. Ruben Amorim tem contrato até 2024 e sabe o que pretendemos depois disso. Foi fulcral no crescimento e recuperação do clube. Se há três anos paguei 10 milhões de euros, hoje pagaria 15”, atirou Frederico Varandas, em entrevista à RTP3.

O presidente dos ‘leões’ frisou, de resto, que mantém uma “excelente relação profissional e pessoal” com Ruben Amorim e que ambos estão “perfeitamente alinhados no projeto desportivo do Sporting”.

Perante a insistência sobre a continuidade do treinador para além do termo do seu atual contrato, em 2024, repetiu que o técnico já sabe o que o clube pretende “para além de 2024” e assumiu a vontade de prolongar o vínculo.

“É um assunto em cima da mesa”, assumiu Frederico Varandas.

No entanto, o dirigente máximo dos ‘leões’ admitiu que acabará por perder “um dos melhores treinadores do mundo”, mas não se mostrou incomodado com as notícias que apontam Amorim a clubes das cinco principais ligas europeias sempre que abre uma ‘vaga’ naqueles campeonatos.

“É um ótimo sinal. No dia em que sair para um clube dos ‘big five’, só tenho de estar agradecido. Não tenho dúvidas nenhumas de que não vou conseguir ter o Ruben [Amorim] durante 20 anos. Irá dar o salto para um dos grandes, porque merece, porque é um dos melhores do mundo”, admitiu Varandas.

A saída de Matheus Nunes

Em entrevista à RTP3, o líder ‘leonino’ lembrou que o Sporting, antes da pandemia, “tinha uma média anual de vendas de 83 milhões de euros” e frisou que a necessidade de vender “não tem a ver com o projeto do Sporting”, mas que se trata do “projeto do futebol português”.

“Estas vendas têm de ser feitas porque o ‘fair-play’ financeiro assim o obriga. Porque, para fazermos um investimento de ‘x’, temos de fazer receitas de ‘y’. Se queremos ter um bocadinho mais de investimento, vamos ter de fazer receitas extraordinárias”, justificou Frederico Varandas.

Depois, confrontado com a insatisfação revelada por Ruben Amorim pela venda do internacional português, Varandas admitiu que “se o treinador ficasse satisfeito por perder Matheus Nunes, era louco”, mas acabou por assumir que não exige o título de campeão nacional ao técnico ou ao atual grupo de trabalho.

Título de campeão esta época

“Na última época antes de sermos campeões perdemos Bruno Fernandes, Acuña, Wendel e Mathieu. E fomos campeões. Agora, se me pergunta se o Sporting tem a responsabilidade de ser campeão, não tem. Quando se vê o investimento que outros fazem, não tem. Exijo isso ao meu treinador e ao grupo? Não”, sentenciou Frederico Varandas.

Além disso, o presidente dos 'leões' considerou que “dizer que o Sporting está a 12 pontos [do primeiro lugar do campeonato] porque Matheus Nunes saiu é menorizar aquele grupo” de trabalho, mas assumiu que “existe uma crise de resultados” que apontou à “falta de eficácia” e a algum “azar” com "lesões traumáticas" de “jogadores decisivos em momentos decisivos”.

“Mas não concordo que a equipa jogue mal. O Sporting perde com o Chaves, o Arouca e até o FC Porto, mas tem as melhores ocasiões de golo. Não temos sido eficazes, mas o Sporting perdeu com quem? Varzim, Arouca, Chaves… Não temos plantel para isso?”, questionou o presidente dos ‘leões’.

Futuro do Presidente à frente do Sporting CP

Já sobre a sua própria longevidade à frente dos destinos do clube de Alvalade, o presidente 'leonino' também não definiu um prazo.

“Em 2018 estabeleci a meta de entregar um clube melhor em 2022. Consegui, mas ainda está muito por fazer. Em 2026, quero entregar um clube ainda melhor do que em 2022”, delineou.

O Sporting em 2022/23

No momento em que se inicia a interrupção da I Liga portuguesa de futebol para a realização do Mundial do Qatar, o Sporting segue em quarto lugar no campeonato, a 12 pontos do líder, o Benfica, e já foi afastado da Taça de Portugal, pelo Varzim, que milita na Liga 3.

Nas competições europeias, foi afastado dos oitavos de final da Liga dos Campeões e ‘caiu’ para a Liga Europa, após terminar no terceiro lugar de um grupo em que defrontou Tottenham, Marselha e Eintracht Frankfurt, mas em que teve um arranque promissor, com uma vitória fora, na Alemanha, e uma em casa, frente aos ingleses.

A época do clube presidido por Frederico Varandas ficou indiscutivelmente marcada pela venda do médio Matheus Nunes na semana anterior à visita ao FC Porto, na terceira jornada, em agosto, situação pela qual o treinador Ruben Amorim não escondeu publicamente a sua insatisfação por perder um dos jogadores mais influentes no seu planeamento.

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