“O objetivo passa muito por criar uma identidade, a equipa vai ter algo que não teve, pontos fortes muito claros. Tive grandes treinadores e professores e quero transportar o que penso do jogo para a minha equipa, criar uma identidade profunda e que seja transversal às camadas mais jovens. Aproveitar também a cidade desportiva, os jogadores que nasceram aqui e sentem o clube de forma diferente”, disse, durante a conferência de imprensa de apresentação.

Para Rúben Amorim, que transita da equipa B, que orientava desde meados de setembro, não há competições prioritárias: “Temos o objetivo de vencer as competições, mas a prioridade é vencer o Belenenses [em 04 de janeiro], porque é importante começar um novo ciclo com vitórias, cimentar a tal identidade e projetar jogadores da equipa B”.

“Temos um plantel até longo de mais, poderá haver ajustes, entradas não, mas temos um bom plantel, vamos jogar sempre para vencer. Numa semana, uns podem jogar na Liga Europa, e, em outra, outros no campeonato, temos plantel para isso. Há jogadores com muito talento, como Xadas e Trincão, que têm que ser aproveitados e lançados, vamos arriscar”, defendeu.

Rúben Amorim disse ainda ter sido influenciado pelos vários treinadores que teve na carreira de futebolista, mas destacou alguns, em especial Jorge Jesus, com o qual passou sete anos.

“Obviamente, ficaram muitas coisas [de Jorge Jesus], como a exigência, não a forma de estar, porque somos completamente diferentes. Mas também Leonardo Jardim, José Peseiro, Carlos Queiroz ou Paulo Bento, todos foram meus professores. Mas tenho uma identidade minha. O sistema é irrelevante, mas eles vão saber o que fazer com e sem bola”, disse.

O presidente do Sporting de Braga, António Salvador, disse ter escolhido Rúben Amorim pelo “conhecimento e capacidade” do treinador, não hesitando em dizer “que será um dos grandes treinadores que o Braga projeta para o futebol internacional, como tantos outros”.

O dirigente destacou ainda “as qualidades de Rúben Amorim no treino, na relação com o grupo e na preparação dos jogos” como os principais atributos do novo técnico, de 34 anos, desejando que possa ser o intérprete do “grande salto no crescimento do clube”.

António Salvador disse ainda que, no Braga, não se julga funcionários e colaboradores pela idade, mas pelo valor: “Tornei-me presidente deste clube aos 32 anos, num período de grandes dificuldades”, lembrou.

Questionado sobre as razões do despedimento de Ricardo Sá Pinto, António Salvador frisou que, para treinar o Sporting de Braga, é necessário cumprir “três pilares: ganhar, praticar bom futebol e valorizar os jogadores e a nossa formação”.

“Entendemos que este foi o momento certo para o Rúben Amorim ser o nosso treinador. Jogou na Liga dos Campeões [pelo Sporting de Braga], ganhou uma Taça da Liga, sabe da exigência deste clube”, disse.

Questionado sobre a ambição de ser campeão nacional até 2021, ano do centenário do clube, e se será com Rúben Amorim que pensa consegui-lo, António Salvador frisou que isso “não é uma promessa, mas um desejo, um sentimento”.

“Mas as coisas são cada vez mais difíceis, a diferença de recursos e o fosso para os três principais clubes do campeonato é cada vez maior. O dinheiro não faz ganhar, mas ajuda a ter os melhores jogadores. Mas é a vontade, o querer e o empenho para fazermos coisas que não imaginávamos que conta, como ir à final da Liga Europa ou lutar pelo título. [Em 2009/10] Considero que fomos campeões, mas passaram-se coisas estranhas e não fomos porque alguém não deixou ser”, disse.

Rúben Amorim vai ter na equipa técnica os adjuntos Micael Sequeira (um regresso ao clube), Adélio Cândido, Carlos Fernandes, Jorge Vital e Orlando Silva.