O ano em que "sai de Lourenço Marques, agora Maputo, chega a Lisboa e dá-se conta do regime colonial e ditatorial que há em Lisboa", refere António Pinhão Botelho, realizador da longa metragem.
A estreia está prevista para o início do próximo ano e o enredo foi apresentado hoje em conferência de imprensa na capital moçambicana, onde as filmagens terminaram na última semana.
Em foco está o futebolista, mas também a sociedade, tudo no ano em que a vida de Eusébio ganhou fama ao chegar ao Benfica, o mesmo em que começou a guerra colonial.
"É um filme basicamente de espiões", à volta de um mundo "castiço" e "aproveitando as duas sociedades" à época, uma em Moçambique outra na "metrópole".
Igor Regalla, ator guineense, é Eusébio adulto, e contracena ao lado da atriz moçambicana Josefina Massango, que faz o papel de mãe, entre muitos outros atores do elenco.
"Tinha que vir aqui um poeta e explicar como deve ser aquilo que sinto e a honra que é dar vida a uma personalidade destas", referiu Regalla.
"É gratificante, uma responsabilidade enorme", acrescentou Massango.
O bairro da Mafalala, onde Eusébio viveu, e outros locais por onde passou serviram para a rodagem do filme em Maputo durante este mês, numa experiência que António Pinhão Botelho considerou arrebatadora.
"Uma pessoa entra nos sítios e treme ao pensar que Eusébio esteve aqui'", referiu.
O realizador considera o filme como um projeto difícil, tendo em conta a figura central.
"Tudo o que vou fazer vai ficar aquém da pessoa. Mesmo que seja o melhor filme do mundo, com sorte chegará a um calcanhar e ao direito, porque o esquerdo era o melhor".
O filme "Ruth" conta com o apoio do Instituto Nacional do Audiovisual e Cinema de Moçambique, do Conselho Municipal de Maputo, Câmara Municipal de Lisboa e Camões - Centro Cultural Português em Maputo.
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