“Conseguimos chegar a um acordo com a comissão de credores. Neste momento, o acordo está realizado e, a partir de hoje, o estádio é nosso, assim que a escritura seja feita. Temos condições para permanecer no estádio e, agora, é ver a forma legal para conseguirmos que o Estrela volte a jogar no estádio”, afirmou o presidente Paulo Lopo.
À saída da reunião, que foi realizada nos escritórios do administrador de insolvência, Jorge Calvete, em Lisboa, o líder da SAD amadorense agradeceu o esforço conjunto de todos os envolvidos para terminar com o ‘calvário’ que envolve o complexo ‘estrelista’.
“A única coisa que falta, neste momento, é passar os 10 dias que a Câmara Municipal da Amadora tem para exercer o direito de opção de compra. Posto isto, será marcada a escritura o mais breve possível. Temos todas as condições para estarmos este ano, com certeza, no nosso estádio, junto dos nossos adeptos, que é uma massa associativa incrível e que nos vai catapultar para termos um campeonato de acordo com os nossos pergaminhos”, frisou Paulo Lopo, no cargo desde a saída de André Geraldes, em maio.
No leilão do complexo, realizado em 30 de junho, a administração da SAD amadorense apresentou a proposta mais alta – 750 mil euros pelo estádio e 1,5 milhões de euros (ME) pelo campo de treinos e pelo edifício do Bingo, num total de 2,25 ME, abaixo do valor mínimo de venda, assente nos 5,1 ME – que, contudo, teve de ser renegociada.
“A proposta apresentada no leilão não foi aceite, mas entre todos – nós e comissão de credores - conseguimos chegar a um entendimento, por um valor superior ao proposto no leilão”, explicou, sem revelar, no entanto, os valores pelos quais foi feito o acordo.
Agora, a próxima ‘luta’ do conjunto ‘tricolor’ passa pelo licenciamento do Estádio José Gomes junto da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), após ter apresentado o Estádio Municipal de Leiria como o recinto onde iriam atuar na temporada desportiva.
“O licenciamento dependia do facto de termos autoridade para estarmos no estádio. Já temos e, portanto, iremos proceder de acordo com as normas da Liga para procurar legalizar o estádio para a prática do futebol profissional, sabendo das dificuldades que seria termos de nos deslocar para Leiria”, salientou o presidente, de 57 anos.
Para o dirigente, este “é um dia de festa para todos os amadorenses, eventualmente não para o SIMAS [Serviços Intermunicipalizados de Água e Saneamento], que é a empresa de águas da Câmara Municipal de Amadora, que votou contra, mas para os outros é dia de alegria”.
O foco passa agora para a preparação da próxima temporada, no segundo escalão do futebol português, de forma a fazerem “uma época competitiva e que esteja de acordo com os pergaminhos do Estrela da Amadora”, convidando os adeptos para assistirem a um treino aberto no sábado, às 9h30, da equipa liderada pelo treinador Sérgio Vieira.
“O planeamento sofreu algumas alterações, nomeadamente o início da época atrasou uma semana, em função desta situação. Amanhã [sábado] o treino vai ter porta aberta para toda a gente ver os nossos jogadores, no estádio que é nosso por direito moral e, agora, também financeiro, felizmente”, concluiu o dirigente desportivo, aos jornalistas.
O Estrela da Amadora terminou a última temporada, que marcou o regresso do clube aos escalões profissionais, na 14.ª posição da II Liga, com 37 pontos, um acima do lugar do ‘play-off’ de manutenção/promoção e dois acima da despromoção direta à Liga 3.
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