A competição internacional de parapente, que decorre na vila de Montalegre, no distrito de Vila Real, até ao dia 28 de julho, começou na passada terça-feira com treinos, mas, na quarta-feira, a primeira manga acabou anulada por decisão da direção técnica e comité de pilotos, devido às condições climatéricas adversas.

Para hoje, está prevista a primeira manga, num total de nove mangas possíveis, uma por dia até ao fim da prova, em que os pilotos podem voar até 300 quilómetros por dia.

A 1.535 metros de altitude, em plena serra do Larouco, local onde os pilotos partem para os voos, o selecionador de Portugal, Luís Miguel Matos, revelou que terminar nos cinco primeiros será “algo extraordinário”.

O técnico de 51 anos reconhece que a prova será “muito dura” e que estão presentes “os melhores pilotos do mundo”, mas destaca que “a seleção nacional está com um coletivo mais agressivo e forte” face a épocas anteriores.

O antigo piloto de parapente explicou que Portugal vive “um momento positivo” no desenvolvimento da modalidade e pela primeira vez conta com oito pilotos, que “conseguiram os mínimos para participarem”.

“Há muitos jovens a aparecerem e a quererem destronar os mais velhos das seleções, por isso, as gerações futuras estão garantidas”, revelou Luís Miguel Matos.

O líder da seleção espera ainda poder beneficiar do “fator casa” por estar a competir em Montalegre.

“Existem algumas pequenas nuances estratégicas que podemos beneficiar e a região tem pequenas armadilhas, mas os melhores pilotos internacionais já conhecem Montalegre”, explicou.

À procura de estar entre os melhores, José Rebelo é um dos pilotos da seleção nacional e garante estar “motivado e com vontade de usar todo o conhecimento do local para aproveitar o fator casa”.

O militar de carreira, de 34 anos, também vê a equipa portuguesa “muito forte e com muita qualidade”, mas antevê uma prova “muito competitiva e desafiante”.

“O parapente é bastante complexo e depende da meteorologia, da zona, e esta nem é plana nem de montanha, é mista, tem algum relevo e as condições podem ser bastante diversas”, analisou.

Também na seleção portuguesa está a campeã nacional de parapente em 2017, Sílvia Ventura, que procura “um bom resultado coletivo e individual”, num total de 24 pilotos na classificação feminina.

“Conheço a maior parte das adversárias e são todas muito aguerridas, mas quero estar no meio da tabela e vou dar o meu melhor”, assegurou a enfermeira de profissão.

Lembrando a presença dos melhores pilotos do mundo, a piloto de 49 anos ficou surpreendida, após o dia de treinos, com o grupo “coeso e uniforme”.

“Em competições menos fortes formam-se vários grupos, mas aqui não, pois embora os pilotos tomem decisões diferentes durante o voo, as diferenças no final são mínimas”, explicou Sílvia Ventura.

A equipa portuguesa é composta por Carlos Lopes, Eusébio Soares, José Rebelo, Nuno Virgílio, Paulo Silva, Sílvia Ventura, Tabanez Fonseca e Ricardo Rodrigues.

Entre os 150 pilotos participantes, que representam um total de 40 países, está Torsten Siegel, que pertence à seleção da Alemanha há já 20 anos e, por isso, marcou presença no Mundial de parapente de 2003, realizado também em Montalegre.

“Já foi há muito tempo, mas lembro-me que estava mais calor e a paisagem não era tão verde”, realçou o piloto, lembrando “a boa comida, as pessoas simpáticas e as mulheres bonitas em Portugal”.

Após um mau mundial para a seleção alemã no ano passado, na prova realizada em Itália, o piloto quer “demonstrar o real valor da equipa”.

“Quero estar no pódio a nível individual, e coletivamente também, pois temos uma boa seleção, com vários elementos capazes de lutar pelo top 10″, garantiu.

Já pela segunda vez em Portugal, mas pela primeira vez em Montalegre, a piloto japonesa Seiko Fukuoka, que compete por França, também realçou a hospitalidade na localidade de Trás-os-Montes.

“Estivemos presentes na sexta-feira 13 em Montalegre e a vila estava cheia de gente, foi muito divertido”, contou.

Sem rodeios, a piloto de França diz que quer ser campeã da Europa e pretende superar as dificuldades de voar num tipo de região que não está habituada.

“Normalmente voo na montanha ou em espaços totalmente abertos, mas esta prova tem um tipo de características diferentes para mim”, destacou.

Esta é a segunda vez que Montalegre recebe uma prova ‘Categoria 1′ da Federação Aeronáutica Internacional (FAI), depois de em 2003 ter sido palco do Mundial de parapente. A seleção da França é a campeã em título, quer por equipas, quer nas categorias feminina e masculina.

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