No Estádio Nacional, em Oeiras, um autogolo de André Horta (53 minutos) e um tento de Otávio (81) revelaram-se determinantes para resolver a decisão da 83.ª edição da prova ‘rainha’, que os ‘azuis e brancos’ venceram pela 19.ª vez no seu historial, e terceira nas últimas quatro épocas, todas sob orientação do antigo avançado internacional português.
Uma semana depois de ter voltado a falhar uma inédita revalidação do título de campeão nacional, que foi reconquistado pelo Benfica, Sérgio Conceição tornou-se o técnico com mais êxitos na final da Taça de Portugal pelo FC Porto, ao superar as duas do já falecido José Maria Pedroto, do ex-selecionador luso Fernando Santos ou de Jesualdo Ferreira.
Depois de ter perdido a decisão de 2018/19 (4-5 no desempate por grandes penalidades frente ao Sporting, após empate 2-2 no final do prolongamento), o treinador, de 48 anos, saiu por cima pela primeira vez em 2019/20, ao bater o Benfica (2-1), num jogo realizado em Coimbra e sem público, por causa das restrições ditadas pela pandemia de covid-19.
O FC Porto chegava à ‘dobradinha’, que seria repetida duas épocas depois, em 2021/22, quando se superiorizou ao estreante Tondela (3-1), então recém-despromovido à II Liga, em pleno regresso da final da segunda prova mais importante do futebol luso ao Jamor.
Sérgio Conceição consumou hoje o ‘tri’ face ao Sporting de Braga, clube pelo qual havia obtido a primeira final da sua carreira nos bancos, perdida diante do Sporting na edição 2014/15 da Taça de Portugal (1-3 nos penáltis, depois do 2-2 no final dos 120 minutos).
Os ‘azuis e brancos’ fecharam 2022/23 com três troféus, após a 23.ª Supertaça Cândido de Oliveira e de uma inédita Taça da Liga, ultrapassando o máximo de duas conquistas acumuladas pelo técnico natural de Coimbra numa só época, em 2019/20 e em 2021/22.
Apesar de ter falhado a meta principal no campeonato, Sérgio Conceição bateu recordes na sexta época à frente do FC Porto, ao isolar-se de Artur Jorge no trono dos treinadores com mais títulos (10) e de José Maria Pedroto na lista de vitórias (238) e de jogos (326).
Se Artur Jorge perpetuara as duas passagens pelos ‘dragões’ (1984-1987 e 1989-1991) com oito êxitos, sobressaindo o triunfo na Taça dos Campeões Europeus, em 1986/87, o ‘mestre’ ganhou 215 de 322 duelos em três fases (1966-1969, 1976-1980 e 1982-1983).
Pelo caminho, o sucessor de Nuno Espírito Santo suplantou os 500 jogos na carreira de treinador e ajudou o FC Porto a deter em simultâneo os quatro troféus nacionais entre a conquista da Taça da Liga, em janeiro, e o campeonato vencido pelo Benfica, em maio.
Conceição passou a ostentar 239 vitórias, 47 empates e 41 derrotas nas 327 partidas ao leme do clube do coração, com 712 golos marcados e 263 sofridos, que se refletiram na conquista de três títulos de campeão nacional, três Taças de Portugal, três Supertaças e uma Taça da Liga, além das duas ‘dobradinhas’ e de um ‘triplete’ obtido a meio de 2022.
O ex-jogador comanda outras marcas do FC Porto na I Liga – máximos de pontos numa edição da prova (91) e de mais rondas seguidas invictas (58) – e na Liga dos Campeões, ao liderar em triunfos (20) e jogos (42), partilhando desde 2018/19 com António Oliveira (1996/97) o melhor desempenho numa fase de grupos, com 16 pontos em 18 possíveis.
O antigo treinador de Olhanense, Académica, Sporting de Braga, Vitória de Guimarães e dos franceses do Nantes está vinculado ao FC Porto até 2024 e é o primeiro no ‘reinado’ presidencial de Jorge Nuno Pinto da Costa a cumprir mais de quatro épocas seguidas no banco dos ‘azuis e brancos’, pelos quais já alinhou em 416 jogos como atleta ou técnico.
Formado nos ‘dragões’, Sérgio Conceição marcou 11 golos em 89 partidas ao longo dos dois períodos de ligação à equipa principal (1996-1998 e 2004), pela qual arrecadou três campeonatos – dois durante o inédito ‘penta’ -, uma Taça de Portugal e uma Supertaça.
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