Segundo explicou à Lusa o diretor da marca solverde.pt, Américo Loureiro, a ação de patrocínio visa "dar um apoio aos clubes", abrangendo Boavista, Tondela, Paços de Ferreira, Gil Vicente, Moreirense, Rio Ave, Santa Clara, Vitória de Guimarães, Nacional e Farense, na I Liga.

Na II Liga, o patrocínio poderá ver-se "nas camisolas" e outros espaços publicitários de Sporting da Covilhã, Académico de Viseu, Feirense, Estoril Praia, Académica, Mafra, Desportivo de Chaves, Vilafranquense e Vizela.

Também o Sporting Clube de Espinho e a Associação Académica de Espinho beneficiam do apoio, pela proximidade geográfica à sede do Grupo Solverde, assim como a equipa feminina de voleibol da Academia José Moreira/FC Porto.

O diretor não revelou o valor específico atribuído a cada clube, ou à globalidade do apoio, descrito como sendo de "médio prazo", mas esclareceu que está incluído num investimento que tem vindo a ser feito no mercado digital, "que se cifra em oito milhões de euros e abrange patrocínios e outros investimentos".

A pandemia de covid-19, que levou a uma quebra no volume de apostas neste mercado, não acelerou nem atrasou a implementação do projeto, que aconteceu "dentro dos prazos" já estabelecido.

O futuro é "incerto", porque não se sabe "como o mercado se vai comportar", apontou Américo Loureiro, e o solverde.pt continua o recrutamento de novos trabalhadores, depois de já ter "cerca de 70 funcionários" na área, com uma "visão de muito longo prazo no mercado digital" que, nas apostas desportivas ‘online', passa por ser "líder de mercado".

Espalhando o apoio pelo "maior número de clubes possível", a estratégia permite ajudar alguns que possam ter sido afetados pela falta de público nos estádios. "Os clubes mais pequenos precisam de muito apoio, e isso até torna o futebol mais interessante", acrescentou.

O Grupo Solverde anunciou em 15 de setembro a entrada no segmento das apostas desportivas ‘online', anunciando um investimento de oito milhões de euros na marca solverde.pt, que conta com 70 funcionários e procura ter mais 40 nos próximos cinco anos.

Américo Loureiro explicou então à Lusa que desde 2016 até ao momento o grupo já investiu oito milhões de euros na sua marca de apostas ‘online', que foi lançada em 2017 com a antiga designação de casinosolverde.pt.

Foi também nessa altura que o grupo começou a contratar os 70 trabalhadores que fazem parte da atual equipa que trabalha no ‘site', todos eles em Espinho, distrito de Aveiro, onde a empresa está sediada.

O grupo estima que, no prazo de cinco anos, sejam criados mais 40 postos de trabalho, numa estrutura que quer manter "100% portuguesa", com as apostas desportivas ‘online' a juntarem-se a mais de nove centenas de outros jogos de casino.

Segundo um relatório divulgado em agosto do Serviço de Regulação e Inspeção de Jogos (SRIJ), que analisa a evolução mensal, durante o primeiro semestre do ano, no mercado de jogos e apostas ‘online', o volume das apostas desportivas à cota ‘online' foi de 239,9 milhões de euros, sinalizando uma quebra de 3,6 milhões de euros em relação ao período homólogo de 2019.

Nos meses de janeiro e fevereiro de 2020, o valor das apostas desportivas à cota manteve-se próximo da média registada nos meses anteriores (59,2 milhões de euros, face a 61,7 milhões no último trimestre de 2019).

No entanto, a partir de março verificou-se uma quebra acentuada neste tipo de apostas, devido ao cancelamento da maior parte das atividades desportivas, para combater a propagação de covid-19, tendo atingido o valor mínimo de 7,7 milhões de euros, em abril.

"Em maio de 2020, com o retorno à atividade de algumas das competições desportivas que geram maior volume de apostas, observou-se a retoma do valor das apostas desportivas à cota, sendo esta mais marcante em junho, onde se registaram mais 28,2 milhões de euros face ao mês anterior, atingindo níveis próximos dos apurados em fevereiro de 2020", lê-se num comunicado enviado à comunicação social pelo gabinete do ministro de Estado, da Economia e Transição Digital, que tutela o SRIJ através da secretaria de Estado do Turismo.

"O mercado regulado nacional dos jogos e apostas ‘online', apesar de recente e, por isso, pouco maduro, revelou-se capaz e apto, sem sobressaltos, a resistir e a adaptar-se num período de grandes mudanças, retomando, a partir de junho de 2020, uma progressiva e gradual atividade, voltando a padrões de jogo similares aos anteriores à doença covid-19", acrescenta.