Benfica-Dortmund e Porto-Juventus, assim o ditaram as bolas do sorteio da Liga dos Campeões.
Olhando para portugueses, alemães e italianos as diferenças saltam à vista. A Juventus foi finalista da competição há duas edições e o Dortmund, não há muito mais tempo, em 2013. A Vecchia Signora é pentacampeã italiana e os comandados de Tuchel conseguiram importunar a hegemonia bávara do Bayern de Munique, com um bicampeonato no início desta década, em 2010/11 e 2011/12.
Para além de tudo isto há o factor financeiro. Os adversários de águias e dragões têm um grande poderio económico que lhes permite contar com dois dos melhores plantéis da Europa. Para isso basta ver a facilidade com que a Juventus, no mercado de verão, desembolsou cerca de 90 milhões de euros para contratar o ponta-de-lança Gonzalo Higuaín ao Nápoles.
E nem a história, de outros tempos, abona a favor dos clubes portugueses.
Benfica e Borussia de Dortmund têm um histórico de confrontos curto, apenas defrontaram-se por duas ocasiões. Aconteceu em 1963/64, na 1ª ronda da Taça dos Campeões Europeus, quando as águias eram comandadas por Lajos Czeizler e contavam nas suas fileiras com jogadores como Coluna, Eusébio e António Simões.
No primeiro jogo, na Luz, as águias receberam e venceram os alemães por 2-1. Na segunda-mão, os Die Borussen esmagaram os encarnados por 5-0.
Já a história dos confrontos entre Porto e Juventus tem três jogos, mais um capítulo que a história dos encarnados. Mas nem por isso mais abonatória. Em três jogos os dragões empataram um e perderam por duas vezes.
As duas equipas encontraram-se pela primeira vez na final da Taça das Taças, em 1983/84. A Juventus venceu por 2-1. Os italianos eram treinados por um homem que viria a ser bem conhecido dos portugueses, Giovanni Trapattoni e faziam alinhar no seu 11 outro homem que viria a ser bem conhecido por todo o mundo, Michel Platini. O Porto, de António Morais, era o do tempo do mítico avançado Fernando Gomes.
Depois do virar do século, as duas equipas voltariam a encontrar-se na fase de grupos da Liga dos Campeões, em 2001/02, numa altura em que Otávio Machado orientava os dragões e Marcello Lippi a La Vecchia Signora. Daqui resultou um empate (o-o) e uma vitória para a formação italiana (3-1). A Juve, na altura, fazia alinhar um plantel de luxo que contava com jogadores como Nedved, Del Piero e Trezeguet. Já nos dragões atuavam Ricardo Carvalho e Deco, nomes que viriam também a levantar a “orelhuda” dois anos depois.
A história não abona a favor dos portugueses, mas os últimos anos mostram que Benfica e Porto conseguem bater o pé aos grandes europeus, e o Bayern de Munique é um bom exemplo disso.
Os bávaros, na altura comandados por Pep Guardiola, defrontaram na época passada o Benfica, nos quartos-de-final, e há 2 anos o Porto, na mesma fase da Liga dos Campeões. Em ambas as eliminatórias o Bayern conseguiu passar, mas não com a facilidade que os prognósticos internacionais e nacionais faziam prever.
No estádio do Dragão, em 2014/15, o Porto venceu mesmo os pupilos de Guardiola por 3-1. E na época seguinte, na Luz, o Bayern não foi além de um empate, 2-2.
É a Liga dos Campeões, a competição onde é permitido sonhar.
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