"Eu era defensor da destituição(do presidente Bruno de Carvalho). Fiquei satisfeito com o resultado. Acho que pode abrir uma nova era para o Sporting, uma era em que haja menos insultos, menos divisões, menos ameaças, menos constantes recursos ao tribunal", disse à agência Lusa Rogério Alves, que, no passado, já exerceu as funções de presidente da Assembleia Geral (AG) do clubbe 'leonino'.
Rogério Alves fez votos para que a decisão tomada no sábado pelos sócios do Sporting permita dar início a uma "era de concórdia, de construção" e de união entre sócios e órgãos sociais do clube, interrompendo um período que levou o Sporting a "perigos enormes" e a uma "divisão terrível", através de episódios que todos conhecem.
Em sua opinião, o resultado da Assembleia Geral foi uma "grande vitória dos sócios do Sporting", evidenciando que não é retórica dizer-se que os sócios são os "donos do clube" e os "donos do destino" do clube de Alvalade.
"Isso ontem (sábado) ficou bem vivo e patente, com uma mobilização muito grande que veio exprimir a sua vontade contra muitas chuvas ácidas e muitas tropelias, na sequência de um processo extremamente complexo, em que a legalidade demorou a ser reposta, mas foi reposta", sintetizou.
Rogério Alves afirmou que é agora tempo de olhar o futuro do clube e de fazer o diagnóstico da situação do Sporting, para determinar o que é necessário fazer no "curto prazo, para assegurar os interesses" da coletividade 'leonina'.
Questionado se há pessoas capazes de assumir o comando do clube, numa altura em que se falam de graves problemas financeiros, o antigo bastonário da ordem dos advogados disse vislumbrar "muita gente com capacidade" para unir sócios e órgãos sociais do Sporting, sem demagogias e populismos, falando verdade e superando os problemas que venham a surgir.
Apesar das dificuldades, incluindo de ordem finaceira, Rogério Alves diz acreditar que "aparecerão no universo do Sporting pessoas com coragem para as enfrentar com vontade de arregaçar as mangas", com "programas, projetos e ideias que sejam palusíveis e concretizáveis.
A AG foi convocada com o objetivo de decidir o afastamento ou a continuidade de Bruno de Carvalho, tendo os sócios decidido a sua saída com 71,36%. Bruno de Carvalho foi a figura central de uma crise que se agudizou com a perda do segundo lugar na I Liga de futebol e a invasão de adeptos à Academia do Sporting, em Alcochete.
Bruno de Carvalho, que em fevereiro viu uma larga maioria de sócios legitimar o seu mandato - aprovando alterações aos estatutos e ao regulamento disciplinar, e a continuidade dos órgãos sociais - foi o primeiro presidente a ser afastado em quase 112 anos de história do clube.
Eleito em 2013 e reconduzido em 2017, Bruno de Carvalho considerou, desde o início, que a AG era ilegal, e tinha dito que não marcaria presença no plenário, algo que não cumpriu, ao deslocar-se ao local para votar.
Numa das mais concorridas assembleias gerais de sempre do Sporting votaram 14.735 sócios.
Entretanto, o ex-diretor clínico do Sporting Frederico Varandas vai formalizar a sua candidatura à presidência do Sporting na terça-feira.
“O meu primeiro contributo para o novo Sporting será a formalização na próxima terça-feira da minha candidatura ao cargo de presidente do Sporting Clube de Portugal”, revelou à agência Lusa.
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