“Temos uma equipa extremamente forte, transversal, que será reforçada por um conjunto de profissionais executivos que iremos convidar se formos eleitos. O Sporting é hoje em dia uma realidade empresarial complexa e é preciso saber gerir em todos os aspetos para sermos campeões nacionais no futebol e continuarmos a ter sucesso nas modalidades”, disse José Maria Ricciardi, acompanhado pelos restantes elementos da sua lista, após a formalização da sua candidatura junto do presidente da Mesa da Assembleia Geral (MAG).
Questionado sobre a atual situação financeira do Sporting, o banqueiro qualificou-a como “difícil, mas ultrapassável”, considerando que “enfrenta um grande desafio em termos de tesouraria e que a situação líquida não é positiva”.
Entende que o Sporting deve ser gerido “de uma forma mais profissional em todas as áreas”, ter uma estrutura “mais eficiente” e “ser vitorioso”, funcionando essa estrutura nesse sentido.
“Tenho a sensação que muitos candidatos não se aperceberam que existem grandes desafios pela frente para manter a sustentabilidade do clube. Os sócios dizem que não querem ouvir falar desses assuntos de natureza sócio-financeira, mas sem dinheiro não se é campeão”, alertou José Maria Ricciardi, que reiterou a sua oposição à candidatura de Bruno de Carvalho, por entender que a mesma seria um desrespeito pelos 71 por cento dos sócios votaram pela sua destituição por justa causa.
O banqueiro prometeu ainda que a mensagem da sua lista não vai ser complicada, nem terá muitas medidas, por ter aprendido com a vida que a simplicidade e um programa focado naquilo que é essencial e compreensível para toda a gente é que é fundamental.
“Não viremos com aqueles programas com 150 medidas, em que na octagésima segunda já ninguém se lembra das primeiras quarenta, vamos estar focados naquilo que consideramos fundamental e com toda a humildade democrática iremos submeter-nos à vontade dos sócios do Sporting”, disse Ricciardi, que sossegou os sócios do Sporting em relação ao clube manter a maioria da SAD.
Segundo Riciardi, o problema do Sporting não se resolve perdendo a maioria da SAD, mas sim “com boa gestão, com liderança e com experiência”, aproveitando para para dizer que não embarca em “pretensiosismos geracionais” e que o importante é “haver uma mescla”, como acontece na sua lista, na qual “é fundamental a experiência e as pessoas que já deram provas de enfrentar as dificuldades e as superaram”.
“Isto não é uma espécie de estágio, o Sporting não pode ser dirigido por pessoas que querem vir estagiar. Estou aqui para dar vitórias aos sportinguistas, os quais, muitos deles, nunca viram o Sporting ser campeão”, rematou o candidato, assumindo ter muito prazer em distribuir croquetes pelos jornalistas por não ter qualquer complexo nesse aspeto.
No final da entrega da lista de José Maria Ricciardi, o presidente da MAG, Jaime Marta Soares, esclareceu que irá dar uma resposta sobre a aceitação ou não da lista encabeçada por Bruno de Carvalho no prazo das 48 horas estatutariamente previstas, ou seja, na próxima sexta-feira, dia 10 de agosto.
Questionado se Bruno de Carvalho se pode candidatar, recusou responder: “Essa é uma decisão do gabinete jurídico e da comissão de fiscalização, se for caso disso, os quais terão de me dizer se está tudo conforme aquilo que os estatutos, os regulamentos e a própria lei definem.”
Por outro lado, Marta Soares disse desconhecer a apresentação de outra lista alternativa por parte da candidatura de Bruno de Carvalho, que seria uma espécie de ‘plano B’ para o caso daquela que encabeça ser rejeitada.
“Só sei que amanhã [quarta-feira] vão aparecer três listas, a do dr. Dias Ferreira, pelas 11:30, a do senhor Tavares Pereira, pelas 14:00, e a de Rui Jorge Rego, pelas 15:30. Nada me foi comunicado sobre a apresentação de qualquer outra lista”, disse Marta Soares, que não tem dúvidas de que o gabinete jurídico dará o seu parecer a tempo de o comunicar à lista encabeçada por Bruno de Carvalho dentro do prazo que os estatutos preveem.
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