Torres Pereira, que foi até 2017 'vice' de Bruno de Carvalho, presidente suspenso, será o líder da comissão de gestão, que terá ainda, entre outros, Sousa Cintra, antigo presidente dos 'leões', e Luís Marques, antigo diretor da RTP e da SIC, assim como António Augusto Guterres Sá Costa, professor universitário, Silvino Manuel Gomes Sequeira, ex-presidente da Câmara Municipal de Rio Maior, Jorge Lopes Gurita, Alexandre Lopes Celestino Cavalleri, Rui António Nunes Moço, ex-gestor bancário e economista, Pedro Pinho Reis, advogado, António Rebelo, empresário e ex-vice-presidente do Sporting Clube de Portugal, e José Diogo Leitão, gestor e ex-administrador da Media Capital.

Jaime Marta Soares salientou que estes são nomes que já deram muito ao clube, muitas vezes no anonimato, pessoas "competentíssimas", acrescentando que a gestão do Sporting Clube de Portugal "ficará em boas mãos" neste período transitório — de recordar que no passado dia 13 de junho a  Comissão de Fiscalização designada pela Mesa de Assembleia Geral do Sporting, liderada por Jaime Marta Soares, suspendeu preventivamente o Conselho Diretivo do Sporting, liderado por Bruno de Carvalho, uma decisão com efeitos imediatos.

Em conferência de imprensa este sábado, 16 de junho, Torres Pereira disse que esta comissão assume funções como um "indeclinável dever de sportinguistas", fazendo-o "no estrito âmbito e ao abrigo da lei geral e dos estatutos do Sporting clube de Portugal".

"Apenas pretendemos servir o clube do nosso coração", acrescentou, dizendo que estão em causa os valores do clube. "E fazemo-lo sobretudo com a enorme determinação de dar o nosso desinteressado contributo para inverter o ciclo de acontecimentos deploráveis que os sportinguistas têm presenciado com amargura e que culminaram com a derrocada do futebol profissional do clube e que o prejudicam de forma gravíssima", acrescentou.

Sem nomear Bruno de Carvalho ou qualquer membro da atual Conselho Diretivo do Sporting, Torres Pereira não se coibiu de deixar duras críticas: "Como se sabe, podem-se enganar algumas pessoas durante algum tempo, e muitas pessoas durante muito tempo, mas não se podem enganar todas as pessoas durante todo o tempo. Estão em causa os valores fundacionais do SCP", considerou, criticando a "desesperada fuga em frente" de alguns "(...)tentando disfarçar com novas promessas os nefastos resultados dos seus lamentáveis erros".

O presidente da Comissão de Gestão instou os sportinguistas a tomarem as rédeas do clube, "agindo com os meios democráticos à sua disposição para devolver a esperança ao clube e pôr fim a este ciclo que nos envergonha" . Assim, apelou a uma "presença massiva" na Assembleia Geral de dia 23 de junho, que visa votar a destituição do Conselho Diretivo agora suspenso — ideia que Jaime Marta Soares fez questão de reiterar, relembrando que esta terá lugar a partir das 14h00 na Altice Arena.

"Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para que o funcionamento da SAD se paute pela defesa dos interesses do clube e seus accionistas, pela preservação e valorização dos seus ativos desportivos, e pela criação de valor desportivo que mantenha o SCP no seu lugar como um dos maiores clubes do mundo", acrescentou Torres Pereira.

Já Jaime Marta Soares salientou que cabe aos sócios "de forma livre e democrática" dizer o que desejam para o clube, nomeadamente no que diz respeito à eventual destituição de Bruno de Carvalho e respetivo Conselho Diretivo. Mais acrescenta o Presidente da Mesa da Assembleia Geral que estão garantidas todas as condições de segurança para que ninguém tenha receio de participar, incluindo Bruno de Carvalho, já que "a suspensão de funções não lhe retira o direito de sócio, e como sócio pode em liberdade plena total e absoluta dizer tudo o que possa e entenda perante os sócios".

Questionado sobre a eventualidade de Bruno de Carvalho não ser suspenso, Jaime Marta Soares considerou que, a acontecer, significa que "os sócios entendem que [Bruno de Carvalho] deve continuar" e "não será a Mesa que lhe vai criar quaisquer problemas". Neste cenário, findo o período de suspensão em vigor, cessarão as funções desta comissão de gestão.

“No mesmo momento em que souber o resultado da votação, anunciarei [uma decisão] consoante esses resultados. Se não houver aprovação da destituição, terei de marcar eleições para a MAG e para o Conselho Fiscal e Disciplinar. Se houver destituição, marcarei eleições para os três órgãos”, explicou.