
Chega hoje o jogo mais esperado da América. Popular nos Estados Unidos, o Super Bowl é, também ele, um fenómeno de audiências a nível mundial. Aos 100 milhões de americanos, devem somar-se entre os 30 a 50 por todo o mundo.
A cidade latina de Miami, na Florida, acolhe pela 11ª vez a decisão da final do futebol americano. A 54ª edição do Super Bowl realiza-se no estádio Hard Rock, casa do Miami Dolphins, num duelo entre os San Francisco 49ers (da Califórnia) e os Kansas City Chiefs (Missouri), campeões da National Football Conference (NFC) e da American Football Conference (AFC), respetivamente.
Se os 49ers, detentores de 5 “anéis”, 1990, 1989, 1985, 1982 e 1995, que regressam sete anos depois à esperada final, podem, em caso de vitória, igualar, no topo, os New England Patriots e os Pittsburgh Steelers, no caso dos Chiefs, a história é outra. Só por uma vez venceram - Super Bowl IV -, a 11 de janeiro de 1970, no Estádio Tulane, em Nova Orleães (Louisiana), diante os Minnesota Vikings (23-7), na única aparição no jogo de todas as decisões. Títulos mesmo, somente anteriores à fusão AFL-NFL, em três ocasiões, nos anos de 1963, 1966 e 1969, campeões AFL.
No caso da equipa californiana, pode entrar em ação um pequeno detalhe motivacional. É que a última vez em que conquistaram a partida de uma vida, foi precisamente, em Miami, com o local e o estádio a servirem de eventual injeção para a conquista do hexacampeonato.
Superstições à parte, este será também um duelo de estrelas. De um lado Patrick Mahomes (Chiefs), o sucessor de Tom Brady (o famoso Quarterback que detém o recorde de seis títulos), consegue chegar ao seu primeiro Super Bowl. Do outro lado, estará Jimmy Garoppolo (49ers), que durante anos foi suplente de Tom Brady nos New England Patriots.
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Se a voz do hino norte-americano fica a cargo da estrela americana Demi Lovato, ao intervalo entram em ação as pop-stars latinas, para dar cor à latinidade da cidade de Miami. Shakira e Jennifer Lopez inscrevem, assim, o nome ao lado de, entre outros, de Madonna, Lady Gaga, Katy Perry, Beyoncé, Maroon 5, Bruno Mars e Justin Timberlake, o tal que em 2004 destapou, sem querer, o seio a Janet Jackson, num desfile de estrelas da música e que foi inaugurado com Michael Jackson, em 1993.
E é, exatamente, entre as duas partes do jogo, que decorre, talvez, o momento mais esperado da noite em que a América não dorme. São 13 minutos de atuação das estrelas latinas e outras, antecedidas por oito minutos de montagem, transformando o campo num palco, e mais seis para desmontar. Um evento patrocinado pela PepsiCo pelo oitavo ano consecutivo, e que, embora não sejam valores confirmados pela organização, estima-se que custe 1 milhão de dólares por cada minuto de música, isto é, fazendo as contas simples, 13 milhões de dólares.
A política norte-americana tem 2 minutos de tempo de antena
E o intervalo é, igualmente, tempo de anúncios. Um tempo, onde todas as marcas querem estar, apesar dos preciosos 30 segundos chegarem a custar 5,5 milhões de dólares, e que, no ano passado, originou uma receita comercial de cerca de 382 milhões de dólares.
Este ano, para não variar, há o desfile de slots publicitários de automóveis (Audi e Hyundai), cervejas (Budweiser), snacks (Doritos), redes sociais (Facebook, uma estreia que conta com aparição de Sylvester Stallone) e tecnológicas (Amazon, Microsoft e Google). E no meio de pizas e outros reclames que esgotaram o tempo que lhes é destinado em novembro, a novidade deste ano surge pela voz do inquilino da Casa Branca, Donald Trump e do desafiador, Michael Bloomberg, candidato democrata às eleições presidenciais de novembro.
Ao todo, 60 segundos de tempo de antena num Super Bowl mais politizado do que nunca. Se Trump, atual presidente norte-americano gastou 11 milhões de dólares em dois anúncios de 30 segundos, tendo já revelado um, e guardado surpresa para o outro, Bloomberg, homem dos media, antigo presidente de Nova Iorque, investiu tudo de uma só vez.
A Fox é a detentora dos direitos televisivos. Em Portugal, a Eleven Sports transmite a grande noite do futebol americano e a comunidade do futebol americano em território nacional espalha-se por diversos sports bar.
Uma noite em que a morte do basquetebolista Kobe Bryant estará bem presente na 54ª edição, a 50ª na era moderna da National Football League (NFL) e 100ª temporada da história da liga.
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