No passado dia 5, Matias Canhoto recebeu uma chamada telefónica à hora em que estava a jantar. Do outro lado da linha ouviu a voz de Francisco Spínola, presidente da World Surf League (WSL) Europa, Médio Oriente e África (EMEA).

A razão do telefonema do responsável EMEA da Liga Mundial de Surf era só uma: convidar o jovem surfista de 16 anos para entrar, à última hora, na 15.ª edição do MEO Rip Curl Pro Portugal, 3.ª etapa do Championship Tour (CT).

Foi a estreia do “local” de Peniche na prova de elite da Liga Mundial de Surf (WSL) substituindo o lesionado Kelly Slater, o atleta mais titulado da história da modalidade. O norte-americano de 52 anos, 11 vezes campeão do mundo, falhou a 15.ª presença em outras tantas edições da etapa portuguesa do circuito principal da WSL.

Canhoto saltou diretamente da ronda inicial para os 16 avos da prova, sem passar pelas baterias de repescagens, mas acabaria eliminado nessa mesma ronda 32.

Contas feitas, o wildcard português terminaria em 17.º lugar na prova que saltitou entre a praia de Supertubos, o palco natural do evento e o Molho Leste, onda localizada umas centenas de metros a norte, no mesmo areal, junto ao porto de pesca de Peniche, para onde transitou no passado domingo.

Para Matias Silva Canhoto, para além do convite da WSL lhe ter servido de bandeja um sonho, de forma precoce, a experiência de 60 minutos, duas baterias feitas em Supertubos, permitiu ao 4.º classificado nos Mundiais ISA Júnior 2023 receber uma “gorjeta” de 10.630 euros (11.610 dólares), num evento do CT cujo bolo que compõe o prize-money vale cerca de um milhão de euros. Aos vencedores masculino e feminino cabe uma fatia de 74 mil euros (80 mil dólares) a cada pelo triunfo em Peniche.

O mesmo valor de cheque (10.630€) foi creditado nas contas da também wildcard (da Rip Curl) Francisca Veselko, campeã nacional no ano passado e ex-campeã mundial júnior, que se estreou no CT em “casa” e de Frederico Morais, o único surfista luso residente no CT.

Joaquim Chaves, terceiro surfista nacional convidado para a etapa portuguesa do Circuito Mundial, terminou em 33.º, ao ser eliminado nas repescagens. O campeão da Liga MEO de Surf arrecadou 10.500 dólares (9.600 euros).