Tiago Pereira, de 28 anos, qualificou-se com 16,68 metros, a 11.ª marca desta fase — vencida pelo seu compatriota Pedro Pablo Pichardo, com 17,16 –, sendo o penúltimo repescado para a final marcada para sábado, a partir das 18:00 locais (02:00 de domingo em Lisboa).

“As qualificações são muito difíceis. Eu quis entrar com tudo no primeiro salto, que, se calhar, foi o melhor salto que já fiz na vida, mas foi nulo por pouco. Depois, não quis arriscar muito, porque só faltavam dois, foi o 16,69 que me deu a qualificação”, explicou, realçando: “O mais importante é que estou na final”.

Depois, o saltador do Sporting ainda tentou melhorar a marca no terceiro salto “mas deu mal”, tendo de assistir a toda uma ronda de saltos sob pena de o afastarem da final, cuja repescagem ‘fechou’ nos 16,68 metros alcançados pelo indiano Eldhose Paul, apenas um centímetro abaixo de Tiago Pereira.

“É um processo doloroso, com muita ansiedade, porque não sabia se ficava dentro ou fora. Quero trabalhar para não voltar a estar na mesma situação. Mas, depois, a sensação é fantástica, estou na minha primeira final, no meu primeiro mundial, fazendo o que não fiz nos Jogos Olímpicos e, agora, é sonhar por mais”, afirmou.

O atleta natural de Lisboa, que iniciou a competição no 12.º lugar do ‘ranking’ mundial, com 16,90 metros como melhor marca do ano, depois de ter fixado o seu recorde pessoal em 17,11, em 2021, já apresentou a sua estratégia.

“O primeiro salto é para matar, para dar tudo. Todo o sonho é possível. Eu estou numa excelente condição, como mostrei no primeiro salto, vou com tudo para bater o meu recorde, para estar nos lugares cimeiros, vou dar o melhor para tentar o lugar mais alto de todos”, rematou.

Além de Pichardo, superaram os 17,05 da qualificação direta Hugues Fabrice Zango, do Burkina Faso (17,15), bronze em Doha2019, o italiano Emanuel Ihemeje (17,13), o chinês Yaming Zhu (17,08) e o cubano Lázaro Martínez (17,06), campeão mundial em pista coberta, em Belgrado, em março.

Apesar de ter conquistado quatro medalhas no triplo, todas por Nelson Évora, com o ouro em Osaka2007, a prata em Berlim2009 e os bronzes em Pequim2015 e Londres2017, vai ser a primeira vez que Portugal tem dois saltadores na final da disciplina.